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Política

Doze governadores anunciam continuidade de escolas cívico-militares

Após o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciar o encerramento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), uma das marcas do governo de Jair Bolsonaro (PL), governadores de dez estados e do Distrito Federal comunicaram em suas redes sociais que regulamentarão a estrutura estadualmente e ainda prometeram ampliar o número de instituições.

Os governadores que contrariaram o governo federal são Cláudio Castro (RJ), Romeu Zema (MG), Tarcísio de Freitas (SP), Wilson Lima (AM), João Doria (SP), João Azevedo (PB), Belivaldo Chagas (SE), Fátima Bezerra (RN), Wellington Dias (PI) e Carlos Brandão (MA).

O Pecim foi criado em 2019 pelo governo Bolsonaro e prevê a implantação de escolas cívico-militares em todo o país. As escolas cívico-militares são modelos de ensino que unem a educação tradicional com a disciplina e a hierarquia militar.

Os governadores que anunciaram a ampliação das escolas cívico-militares argumentam que o modelo de ensino é eficaz para melhorar a disciplina e o desempenho dos alunos. Eles também afirmam que o modelo é mais barato que o modelo tradicional de ensino.

O governo federal ainda não se manifestou sobre a decisão dos governadores.

Além de Minas, Rio e São Paulo, governadores de outras oito unidades federativas também manterão a estrutura: Jorginho Mello (SC), Ratinho Júnior (PR), Ronaldo Caiado (GO), Jerônimo Rodrigues (BA), Ibaneis Rocha (DF), Helder Barbalho (PA), Gladson Cameli (AC), Mauro Mendes (MT) e Marcos Rocha (RO).

No Rio de Janeiro, tanto Castro quanto o prefeito da cidade, Eduardo Paes, anunciaram a manutenção das escolas já existentes. O governador afirmou que há 16 unidades no estado fluminense e que pretende ampliar o número:

” Atendemos aproximadamente 10 mil alunos. Portanto vamos manter essas escolas já existentes. Nossa estratégia é ainda ampliá-las, já que elas se enquadram como escolas vocacionais e estão no escopo do novo ensino médio. Vamos em frente!”, disse Cláudio Castro (PL) nesta quinta-feira.

Já em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) prometeu editar um decreto para regular o programa estadual e ampliar o número de unidades de ensino neste formato. O paulista afirmou saber a importância deste tipo de instituição por ter sido aluno de colégio militar. Como noticiou o GLOBO, a medida não estava nos planos de Tarcísio, mas serviu como afago aos parlamentares da base bolsonarista.

O governador mineiro aproveitou a ocasião para exaltar a bandeira da educação. “A tradição, a disciplina e o prestígio de uma das instituições mais respeitadas do mundo, agora se unem ao trabalho de ensino dos mineiros. Aqui a educação é sempre prioridade”, disse. No estado, há 16 escolas desta modalidade, sendo nove estaduais.

Além dos doze estados, há casos ainda como o do Piauí. Apesar do governador Rafael Fonteles (PT) não ter se manifestado sobre o tema, prefeitos dos municípios com escolas cívico-militares afirmaram que as instituições serão mantidas.

Na última terça-feira, o Ministério da Educação (MEC) informou os secretários estaduais de Educação o encerramento do Pecim. O programa criado em 2019 atendia mais de duzentas escolas que, agora, serão reintegradas à rede regular de ensino. Ao longo da gestão de Bolsonaro, a iniciativa recebeu críticas pelo alto investimento e baixa adesão.

De O Globo.