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“É inegável o avanço das mulheres no PT para disputar pleitos eleitorais”, diz Anne Moura

Em carta aberta enviada pela pré-candidata a Prefeitura de Manaus, Anne Moura (PT), nesta última terça-feira (23), para os militantes do Partido Trabalhista (PT), destacou a sua análise com relação ao progresso das candidaturas femininas da sigla, violência de gênero dentro do cenário político e a falta de gestão do partido para as eleições de 2024.

A Anne Moura, é um dos nomes que alguns anos vem crescendo e, vem sendo mencionado nas pesquisas, para disputar a cadeira da prefeitura da capita amazonense. A pré-candidata escreveu uma carta de quatro páginas, pontuando em 11 declarações com relação ao possível desinteresse do PT em legitimar o seu trabalho e apoiar a sua candidatura para o cargo majoritário na eleições municipais.

“Neste tempo em que me apresentei como possibilidade para ser o nome do PT para
Manaus fui atacada diversas vezes neste grupo, com figurinhas, palavras pejorativas e até questionamentos da minha vida particular. Toda matéria que saía minha era motivo de chacota, deboche e muitos e muitas ficaram em silêncio aqui. Todos e todas calados (as) perante a misoginia explicita em grupos do PT, um partido de esquerda progressista e feminista. Calar-se diante da Violência de Gênero é também praticar Violência de Gênero”, afirma.

Ainda em suas menções sobre os desafios que vem enfrentando dentro do partido político, a única pré-candidata mulher no PT, pontua que há um ano deixou o seu nome a disposição para concorrer a eleição de 2024.

“Há mais de um ano estou com o nome a disposição do PT para a Prefeitura de Manaus. Saí em 6 pesquisas sendo a última no início de janeiro com 3%. Nada disto, ao que parece, serviu de elementos suficientes para sequer ser levado como prioridade. Nosso nome
sempre foi condicionado ao posicionamento final de outras pré candidaturas, todas de
homens. O fato é que todos os demais pré-candidatos (inscritos formalmente) não
queriam na verdade ser candidatos pra valer à Prefeitura. Neste sentido a
irresponsabilidade de alguns inviabilizou o poder de construção do PT de dentro para fora porque as candidaturas não eram reais, como vemos hoje”, esclarece.

De acordo com as declarações de Anne Moura, acusa o PT de ter escondido um resultado de pesquisa realizado pela direção Nacional petista.

“Em acordo com a Direção Nacional no início do ano, dada as inscrições de pré-candidaturas, foi deliberado de quem melhor se posicionasse na pesquisa feita pela nacional seria o nome a ser apresentado oficialmente pelo PT/Municipal. Aqui vemos o inicio de um processo escancarado de invisibilização do nosso direito em ser colocada a disposição da militância e da sociedade. O resultado da pesquisa foi escondido e sumariamente negado a apresentação na direção municipal. Só quem teve acesso à pesquisa foi o Presidente da Municipal. Embora eu tenha feito reunião junto à várias tendências para que tivéssemos acesso à pesquisa assim como todo o restante do diretório e da militância, este direito nos foi negado sumariamente. Aos que me acusam de aproveitamento de pauta, lhes informo que a Direção municipal não apresentou a pesquisa publicamente para não cumprir o acordo feito com a Nacional e perante o Diretório porque meu nome foi o melhor posicionado perante os demais pré-candidatos inscritos”, explica.

Críticas

Ainda na “carta aberta” de Anne Moura, agradece o seu concorrente dentro do PT, recém filiado, o ex-deputado federal, Marcelo Ramos, mas crítica ausência da manifestação em seu favor sobre a sua disposição para ser Prefeita de Manaus.

“Por isso tudo que a chegada de Marcelo Ramos é tão bem vinda, pois ele faz Politica de gente grande, com respeito e responsabilidade. A vinda de Marcelo para o PT é um ganho qualitativo enorme. Que bom que ele topou vir e encarar este desafio, mas eu lamento muito que eu estando aqui a vida inteira neste partido passando muitas dificuldades e ter apoiado tantos companheiros aqui, não pude receber a mesma generosidade, acolhimento e reconhecimento, em especial daqueles que lutei incansavelmente por suas candidaturas majoritárias. O acolhimento e reconhecimento
não se manifestou nem antes da chegada de Marcelo ao PT, mesmo eu pontuando nas
pesquisas, mesmo caminhando junto com muitos”, disse

Outro ponto elencado pela militante do PT, lamenta que o partido em 30 anos não tenha competência política.

“Eu lamento que nós não tenhamos tido maturidade e competência política nestes mais de 30 anos em Manaus e no Amazonas tendo as mesmas direções locais no PT pra construir um projeto político coletivo local.
Sempre estamos à deriva, sem direção, sem rumos, sem respostas à sociedade! Mas ainda bem que temos uma Direção Nacional para nos olhar com cuidado responsabilidade,
caso contrário talvez nem teríamos novamente candidatura própria a Prefeitura de Manaus em pleno Governo Lula na Presidência”, finaliza.