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Estudo prevê queda de 4,2% no PIB do RS devido a enchentes

Levantamento feito pela Unisinos estima os impactos econômicos nos municípios afetados pelas inundações ocorridas no Rio Grande Sul e seus reflexos no PIB do estado. O estudo prevê cenário de queda nas atividades econômicas gaúchas até agosto de 2024

O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul em 2024 poderá ter queda de até 4,2% em comparação com as estimativas feitas no início do ano, devido às inundações que afligiram o estado. A estimativa foi revelada por professores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), da cidade gaúcha São Leopoldo, que desenvolveram um método que prevê os impactos econômicos esperados nos municípios atingidos pelas enchentes.

O estudo foi realizado por meio de análises dos dados apresentados em cada cidade atingida pelas inundações, visto que o impacto da tragédia teve níveis diferentes em cada localidade. Eldorado do Sul foi o município que teve as atividades econômicas mais afetadas, com previsão de contração de 36,3% em maio se comparado com o mesmo período de 2023. 

Já em Canoas e São Leopoldo, a previsão de queda econômica em maio foi de 19,8% e 18,3%, seguidos por Guaíba (11%), Triunfo (10,7%) e Porto Alegre (5,3%) na comparação com maio do ano passado.

Impacto no setor industrial

Dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) revelam que 9 a cada 10 indústrias do Rio Grande Sul estão sediadas em cidades atingidas pelas inundações, ou seja, cerca de 48,3 mil das 50,6 mil presentes no estado.

João Luiz, proprietário da Sansei Válvulas Industriais, relata um impacto significativo no setor industrial no Rio Grande do Sul, com empresas fechando e enfrentando dificuldades para receber insumos devido à destruição de infraestrutura, resultando em uma queda na produção industrial. “As empresas estão preocupadas com o impacto econômico das enchentes, o que afeta negativamente a atividade industrial local”.

Luiz aponta que a economia do estado gaúcho foi prejudicada pelas enchentes devido, principalmente, à interrupção de atividades comerciais e industriais, como também pela destruição de propriedades e pela situação crítica de infraestrutura. 

“Nacionalmente, isso contribuiu para a queda do PMI industrial brasileiro, refletindo uma desaceleração no crescimento industrial do país. A redução na produção e na demanda impacta negativamente a economia, aumentando a preocupação com a recuperação e estabilidade econômica no médio prazo”, afirma.

O PMI, Índice dos Gerentes de Compras, mede a atividade econômica de determinado setor produtivo do país. De acordo com informações da S&P Global, empresa americana de pesquisas de mercado, o PMI da indústria brasileira caiu de 55,9 para 52,1 em abril. O dado não contempla informações sobre o setor no Rio Grande do Sul, justamente por conta do desastre natural enfrentado, que impossibilitou as empresas gaúchas de participarem da pesquisa. A estimativa é que o resultado seria de dois pontos a menos, se incluísse todos os estados do país. 

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