Início » Centrão mira ministério enquanto Lula perde apenas 1 ministro em 6 meses
Política

Centrão mira ministério enquanto Lula perde apenas 1 ministro em 6 meses

General Gonçalves DIas, ministro do gabinete de Seguranca Institucional (GSI) - Posse dos novos ministros do governo do presidente Luiz Inacio Lula da Silva, no Pal.do Planalto| Sérgio Lima/Poder360 01.jan.2023

No primeiro semestre, o governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT) registra uma saída no alto escalão: o general Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Sua renúncia ocorreu após a divulgação de imagens de câmeras de segurança do Palácio do Planalto em 8 de janeiro, em que Dias é visto lutando enquanto extremistas vandalizam a sede do Executivo Federal.

O início da administração do Lula 3 fica atrás só dos primeiros mandatos de FHC e do próprio Lula. Nos 2 casos, nenhum ministro deixou o governo no 1º semestre. No entanto, há uma mudança certa e outras duas em curso na Esplanada dos Ministérios petista. Leia abaixo quis são:

Ministério do Turismo – sai da titular Daniela Carneiro (União Brasil) e deve ficar com a cadeira o deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA). O marido de Daniela é o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho, que apoiou a eleição de Lula, mas deixou o União Brasil e se filiou ao Republicanos em abril. Daniela segue no União Brasil, mas o partido (que faz parte do Centrão) não a identifica como integrante do grupo.

Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome – sai Wellington Dias (que é senador eleito pelo PT do Piauí e reassume seu cargo no Congresso) e assume o deputado federal André Fufuca (PP-MA), que é do Centrão, mas que em 2022 esteve junto com Flávio Dino (PSB) no processo eleitoral (Dino foi eleito senador, mas no momento é ministro da Justiça de Lula). Fufuca atende ao Centrão, é ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas não se trata de político hostilizado pelo PT. Seria um nome palatável para Lula colocar na Esplanada.

Ministério dos Esportes – sai a ex-jogadora de vôlei Ana Moser (que não tem nenhum apoio partidário) e entra o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). O deputado cotado para ministro é filho de outro político tradicional de Pernambuco, Silvio Costa, que é apoiador de Lula e defensor da entrada do Republicanos no governo federal.

GOVERNOS ANTERIORES No mesmo período de 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já havia demitido 4 ministros: Gustavo Bebianno (1964-2020), que ocupava a Secretaria Geral; Ricardo Vélez (Educação) –que deu lugar a Abraham Weintraub; Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Floriano Peixoto (Secretaria Geral) –que havia substituído Bebianno.

Considerando apenas as demissões sem extinções de pastas, os números de Bolsonaro ficam abaixo só das reformas ministeriais promovidas por presidentes quando assumiram seu 2º mandato: Dilma demitiu 6 ministros em 2015; Lula demitiu 9 em 2007 e remanejou 1 (Luiz Marinho, do Trabalho, que hoje ocupa o mesmo cargo) para outra pasta.

Lula não demitiu nenhum ministro nos primeiros 6 meses de seu 1º mandato, em 2003. A sucessora de Lula, Dilma Rousseff (PT), demitiu 1 –Antonio Palocci, da Casa Civil– e remanejou outros 2 no 1º semestre de 2011.

Já Fernando Henrique Cardoso (PSDB) mandou 4 chefes de pasta para casa no início de seu 2º mandato, em 1999. Desses, 3 ministérios (Marinha, Exército e Aeronáutica) foram extintos. Leia na tabela abaixo os nomes de todos os ministros que deixaram os governos de FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro no 1º semestre de cada mandato. Para reordenar as colunas, basta clicar com o cursor do mouse ou o dedo (caso esteja usando um smartphone ou tablet).

De Poder360.