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Política

Foto de Bolsonaro sem camisa irrita liderança do PL

Reprodução/João Menna
O ex-secretário e atual assessor do ex-presidente acumula desgastes no PL desde que assumiu a coordenação da comunicação da campanha de Bolsonaro à reeleição a três meses do primeiro turno da eleição.

A publicação de uma fotografia do ex-presidente Jair Bolsonaro sem camisa, revelando uma cicatriz resultante de uma fachada que ele sofreu no abdômen durante a campanha eleitoral de 2018, gerou indignação entre os líderes do PL. A imagem tornou-se alvo de memes e foi considerada de mau gosto pelos dirigentes do partido de Bolsonaro, que afirmaram à equipe da coluna não terem sido consultados previamente sobre a sua divulgação.

No mesmo dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSEconcluiu o julgamento em que tornou o ex-presidente inelegível e o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, o advogado Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro, divulgou o retrato do ex-presidente, como tentativa de demonstrar apoio nas redes sociais.

“Vítima, dessa tal DEMOCRACIA, que joga há muito tempo fora das 4 linhas, não por palavras e sim por atos e decisões. Fique firme Pr @jairmessiasbolsonaro tamo junto, SEMPRE”, escreveu Wajngarten, em seu perfil no Instagram.

Na avaliação de integrantes do PL ouvidos reservadamente pela equipe da coluna, a publicação de Wajngarten vai na contramão do trabalho que está sendo feito pelo time de comunicação, mostrando o ex-presidente “vulnerável”, “enfraquecido” e até “grotesco”.

O ex-secretário e atual assessor do ex-presidente acumula desgastes no PL desde que assumiu a coordenação da comunicação da campanha de Bolsonaro à reeleição a três meses do primeiro turno da eleição.

Na época, como publicamos no blog, interlocutores do então presidente viam o ex-secretário de Comunicação como o principal incentivador de falas radicais de Bolsonaro enquanto Lula avançava nas pesquisas de intenção de voto. Antes do embarque bolsonarista no PL, Wajngarten já havia sido exonerado da Secom por atritos dentro do governo.

Após a derrota nas urnas, o partido chefiado por Valdemar Costa Neto acatou um pedido de Bolsonaro e contratou o ex-secretário com pagamentos mensais para assessorar Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle.

A ex-primeira-dama, no entanto, garantiu uma equipe de comunicação própria após fazer chegar à cúpula do partido que tinha reservas ao perfil do ex-secretário, visto por ela como muito “radical”.

Desde então, Wajngarten tem atuado como assessor de imprensa, porta-voz e até gestor de crises. O exemplo mais contundente até a conclusão do julgamento no TSE havia sido o escândalo das joias sauditas, quando o assessor veio a público defender o ex-presidente e Michelle das suspeitas de apropriação de presentes que são de patrimônio público

Procurada pela equipe da coluna, a assessoria do PL negou mal-estar com a publicação da foto. A coluna mantém as informações publicadas.

De O Globo.