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Saúde

Estudo inédito do Hemoam aponta que estar em jejum é uma das causas de inaptidão para a doação de sangue

FOTO: Leonardo Mota/Hemoam

Jejum, doenças crônicas e variação de parceiros sexuais lideram ranking de inaptidão de doadores no Amazonas, diz pesquisa

O Jejum, a hipertensão e a variação de parceiros sexuais estão entre as causas mais frequentes para o impedimento de candidatos à doação de sangue no Amazonas. Esses indicadores são resultado de um estudo do perfil clínico e sociodemográfico dos doadores de sangue, realizado pela Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam). A pesquisa se baseou na análise de 87.463 prontuários de pessoas que passaram pela triagem pré-adoção, dos quais 16.627 (19,2%) ficaram impedidos, por não atenderem aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Além de expor as causas mais frequentes de inaptidão, o estudo também chamou a atenção para as motivações que levam o indivíduo a doar sangue e, ainda, onde está localizada a maior parcela da população que procura o hemocentro para doar. Os dados analisados correspondem ao triênio 2017 – 2019.

A enfermeira da triagem de doadores e autora do estudo, Graciela Rivera Chávez, pontua que o jejum é uma questão cultural, em que as pessoas provavelmente atrelam a doação a um exame de sangue.

“Talvez, por essa cultura, ou até mesmo por falta de conhecimento sobre os requisitos, o doador vem até nós em jejum, ou com uma refeição leve, o que já caracteriza inaptidão. Nesse caso a inaptidão é temporária, de um dia”, informou Graciela, que também é mestre em hematologia.

A segunda maior causa dos impedimentos diz respeito a doenças crônicas, nas quais a hipertensão arterial apresenta maior recorrência. E a variação de parceiros sexuais aparece como terceira maior causadora de impedimentos, no tópico de comportamentos sexuais de risco. Sobre esse critério, o Ministério da Saúde recomenda a inaptidão para quem não tem parceiro sexual fixo, independentemente de gênero.

O perfil sociodemográfico do doador também revelou informações relevantes, entre as principais que, no Amazonas, áreas consideradas nobres possuem maior índice de doadores inaptos e na zona norte está concentrada a maior parcela de doadores da capital.

Quanto à motivação para a doação, a maioria das pessoas doa para “reposição”, ou seja, quando um parente, amigo ou conhecido precisa passar por um procedimento cirúrgico e necessita de transfusão sanguínea.

Apesar de frustrante, o impedimento do candidato à doação precisa seguir as recomendações do Ministério da Saúde. A gerente do setor de triagem e coleta de sangue do Hemoam, Lana Sulamita, acrescenta que na maioria dos casos as inaptidões são temporárias.

“A inaptidão não significa que não queremos o sangue do doador, inclusive, são casos muito raros em que a inaptidão é definitiva. Acontece que, existem restrições regulamentadas pelo Ministério da Saúde, que exigem um processo criterioso de triagem para identificar riscos tanto para o doador, quanto para quem passará pelo ato transfusional, este processo faz parte dos mecanismos de segurança para garantir sangue seguro para todo o Estado do Amazonas”, pontua a gerente.

A pesquisa

A pesquisa foi instrumento de uma dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Hematologia, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em convênio com o Hemoam. O estudo usou a base de dados do sistema HEMOsys, que gerencia os processos do Ciclo do Sangue dentro do hemocentro amazonense.

Com informações da assessoria.