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Instituição bancária é condenada a indenizar consumidores do município de Parintins

Moradores de Parintins, distante 369 quilômetros de Manaus, tiveram várias surpresas desagradáveis com uma instituição bancária. Cobranças indevidas de cesta de serviços, mora cred e seguro não contratados geraram diversos problemas para os parintinenses.

Moradores de Parintins, distante 369 quilômetros de Manaus, tiveram várias surpresas desagradáveis com uma instituição bancária. Cobranças indevidas de cesta de serviços, mora cred e seguro não contratados geraram diversos problemas para os parintinenses. Por conta disso, o juiz da 1ª Vara do município de Parintins, Rafael Rodrigo Raposo, condenou o Bradesco ao pagamento de indenização por dano moral de valores cobrados indevidamente a consumidores do município, em desacordo com o Código de Defesa do Consumidor. Especialistas alertam sobre os abusos praticados pelos bancos.

Entre os moradores que relataram problemas está o motorista José Wilson Ribeiro. Ele conta que foi cobrado um seguro sem o seu consentimento. “O Bradesco é um banco que sempre fica com alguma coisa da gente. E eu nunca sabia para onde ia o dinheiro que ficava no Bradesco. Hoje a gente não pode ter dinheiro no Bradesco que eles cobram tantas taxas, ou seja, tiram o dinheiro de todo mundo”. Wilson entrou em processo contra a instituição e foi indenizado.

Outra consumidora de Parintins que observou diversas cobranças indevidas em seu extrato bancário foi a auxiliar técnico administrativo Emilly Farias, 27. “Eu identifiquei no meu extrato bancário que existiam descontos indevidos na minha conta do Bradesco. Eram juros por cima de juros e uma cesta na qual eu não havia solicitado”.

A parintinense resolveu dar entrada no processo e foi indenizada em R$ 6 mil pela instituição bancária. “Por muito tempo eu estava pagando essa cesta sem saber que não era obrigada. Então resolvi entrar com o processo. E esperei por um tempo e fui indenizada”.

Problemas com o banco?

Quem nunca teve problemas com o banco? Cobranças indevidas são exemplos mais comuns. De acordo com a advogada Denise Coêlho, na hora de reclamar contra a instituição bancária o primeiro passo é: ligar para o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e anotar o número de protocolo; caso o SAC não resolva o problema em até cinco dias úteis, procurar a ouvidoria regulamentada pelo Banco Central, registrar a queixa no Banco Central, no Procon-AM e se nada disso funcionar, o consumidor pode entrar com uma ação na Justiça.

A advogada aconselha recolher todas as informações como extratos, contratos, protocolos, capturas de telas em caso de números excessivos de ligações e e-mails com possíveis cobranças. “O segundo passo o consumidor poderá buscar um advogado especialista no tema de sua confiança, ou a Defensoria Pública e ainda o Juizado Especial Cível para atermação da ação”, explica.

Bradesco lidera processos

Segundo o Núcleo de Estatística do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), os processos judiciais contra o banco Bradesco dispararam 47% em 2022, se comparado ao ano anterior. De janeiro a dezembro de 2022 foram registrados 55,8 mil processos, enquanto no mesmo período de 2021, foram contabilizadas 37,8 mil.

Em nota, por meio de assessoria, o banco respondeu que “tem como um dos seus principais valores a qualidade de atendimento aos seus clientes”. E que “trabalha para atender a todos os seus públicos e que promove o aprimoramento constante de seus serviços e produtos, tendo sempre como princípio a adoção das melhores práticas e procedimentos”.