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Pesquisa revela o perfil da mulher empreendedora no Brasil

O relatório indica que elas são, em sua maioria, jovens em busca de uma melhor fonte de renda, mas ainda enfrentam muitos desafios em relação aos homens

Mais da metade da população brasileira é feminina. Para ser mais específico, estima-se que haja 104.548.325 mulheres, enquanto a população masculina é de 98.532.431. Isso é o que revela os dados do último censo realizado pelo IBGE (Instituto brasileiro de Geografia e estatística).

Além de representarem maioria na população, elas também vem crescendo sua participação no mercado empreendedor, com o número de mulheres à frente de seus próprios negócios aumentando nos últimos anos. Uma pesquisa recente realizada pelo GoDaddy revelou importantes detalhes do perfil empreendedor feminino.

Cristina Boner, empresária e profissional da área de tecnologia destaca que “a pesquisa que revela o perfil da mulher empreendedora no Brasil é de extrema importância, pois oferece insights valiosos sobre os avanços e desafios enfrentados pelas mulheres no mundo dos negócios”. 

De acordo com os primeiros resultados anunciados, no Brasil, essa fatia econômica é liderada por mulheres jovens. A Pesquisa Global de Empreendedorismo GoDaddy 2024 revela que 50% das mulheres dona de negócios fazem parte dos Millennials (com idades entre 25 e 39 anos), superando a Geração X (30%), a Geração Z (14%) e os Baby Boomers (7%).

O que leva a mulher a empreender

Boner aponta que “os principais destaques dessa pesquisa se concentram em aspectos como o aumento significativo no número de mulheres que decidem empreender, suas motivações para tal, os setores de atuação mais comuns, e as barreiras que ainda precisam ser superadas.”

De fato, um levantamento do Sesc (Serviço Social do Comércio) trouxe um importante dado sobre o tema. Segundo o estudo, mais de 80% das mulheres que empreendem no Brasil o fazem por necessidade ou por falta de emprego. Já o relatório do GoDaddy confirma a tendência, mostrando que 18% investe no próprio negócio por necessidade de uma fonte adicional de renda.

Empreendedorismo feminino e a tecnologia

Em tempos de redes sociais e Inteligências Artificiais, a tecnologia tem papel importante na vida daquelas que enfrentam o desafio de comandar seu próprio negócio.

O relatório da GoDaddy indica que 71% das entrevistadas reconhecem a importância da digitalização para suas empresas. Já 73% relataram os planos de expandir seus negócios e conquistar novos clientes com ajuda da tecnologia.

Outro dado interessante é que 81% das entrevistadas acreditam na importância de ferramentas digitais como a IA. Inclusive, 92% das participantes afirmam estar confiantes com a própria capacidade de utilizar recursos como IAs para seus negócios.

As diferenças de gênero e as dificuldades para a mulher empreender no Brasil 

Para a empresária, “a disparidade no acesso a financiamento e a persistência de estereótipos de gênero que subestimam a capacidade empreendedora das mulheres são obstáculos significativos”. 

Na recente pesquisa Mulheres no Mercado de Trabalho, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) aponta que as mulheres são, em média, mais escolarizadas que os homens, dedicando em média 12 anos aos estudos. A média masculina é de 10,7 anos.

Ainda assim, a disparidade de ganhos – seja no mercado de trabalho formal ou empreendendo – entre os dois gêneros ainda é grande. A relação entre maternidade e flexibilidade de horários também desponta como um fator importante. 

Boner ainda destaca que “uma parcela significativa das mulheres empreendedoras enfrenta desafios como o acesso limitado a financiamentos, falta de redes de apoio e mentorias, e o enfrentamento do preconceito e da desigualdade de gênero no ambiente de negócios.”

Mais de 60% das participantes afirmaram terem filhos, enquanto 23% revelou que uma das motivações para ter uma empresa era justamente a liberdade de horário. “Muitas mulheres empreendem movidas pela necessidade de conciliar trabalho e vida pessoal, buscando flexibilidade de horários que muitas vezes não encontram no mercado de trabalho tradicional”, comenta a empresária. 

“Além disso, a conciliação entre a gestão do negócio e as responsabilidades familiares, muitas vezes desproporcionalmente atribuídas às mulheres, também é um desafio relevante”, finaliza.

No entanto, a percepção dessa diferença é marcante na hora de empreender. De acordo com a GoDaddy, 73% das entrevistadas declararam que seu gênero desempenhou um papel importante em sua jornada empresarial.

Ainda segundo Cristina Boner, “para superar esses desafios, é essencial que haja uma mobilização conjunta entre o governo, o setor privado e a sociedade civil.”

Para ela, a criação de políticas públicas focadas no apoio ao empreendedorismo feminino, programas de mentorias e networking, e iniciativas que visam a redução da desigualdade de gênero no acesso a recursos financeiros são fundamentais.

“Além disso, a valorização da educação e do desenvolvimento de habilidades empreendedoras desde cedo pode desempenhar um papel crucial na formação de futuras gerações de mulheres empreendedoras, capacitadas e resilientes, prontas para transformar desafios em oportunidades”, enfatiza.

Para saber mais, basta acessar: Cristina Boner (@cristina.boner)  Instagram e Cristina Boner | LinkedIn