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Pagamento do 13º salário é alternativa para acertar as finanças

Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que 21% dos trabalhadores entrevistados vão usar o benefício para pagar dívidas em atraso

O final de ano se aproxima e com ele a expectativa de muita gente, o recebimento da segunda parcela do 13º salário, considerado um grande aliado do orçamento financeiro e na realização dos sonhos, como viagens, por exemplo. Levantamento recente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Offerwise, revela que dos 33% dos trabalhadores entrevistados, que têm direito ao benefício, pretendem comprar presentes de Natal, o que significa um universo de cerca de 23 milhões de consumidores.

 

O 13º é um benefício concedido aos trabalhadores contratados em regime CLT e que corresponde a uma parcela de salário a mais, sempre paga no final do ano. Para o comércio, invariavelmente, significa uma injeção de dinheiro que impulsiona as compras de fim de ano, principalmente as relativas ao Natal. A pesquisa também mostrou que do total de entrevistados, 29% pretendem economizar, poupar ou investir, 25% gastar nas comemorações de Natal ou Ano Novo e 21% pagar dívidas em atraso. 

 

Uma alternativa para buscar o controle financeiro é utilizar do 13º salário, cujo prazo para o pagamento da segunda parcela vai até 20 de dezembro. De acordo com a diretora-superintendente da Unicred Central Multirregional, Carolina Ramos, a utilização deste pagamento é mais recomendada para quitar dívidas que envolvem juros maiores, como cheque especial ou cartão de crédito. “Vale a pena também aproveitar um desconto para pagamento à vista de algum bem que seja superior aos juros a serem pagos na operação”, explica.

 

Para quem tem dívidas menores, como financiamentos, a especialista recomenda avaliar se o débito custa mais do que os juros líquidos da renda fixa. Se a resposta for positiva, é recomendável quitar ou amortizá-la. Se negativa, aproveitar os juros altos da renda fixa é mais apropriado e fazer uma aplicação.  “Investir sempre é uma boa opção. Quando os juros caírem e forem inferiores ao custo da dívida, daí vale resgatar o investimento realizado para quitar o financiamento”, recomenda.

 

Investimentos

Carolina Ramos diz que, se a pessoa não tem dívidas, o 13º salário é uma oportunidade para começar a investir. Nesse caso, a recomendação é começar pela construção de uma reserva de emergência focada em investimentos com liquidez diária. Aqueles que já têm uma reserva construída podem diversificar, conforme o perfil de risco.

 

Quem prefere usar o 13º salário para pagar despesas típicas de começo de ano, como IPTU, IPVA e matrícula escolar, não precisa deixar o dinheiro parado. Uma opção pode ser investir o valor em uma aplicação com liquidez diária e pagar as contas à vista, com desconto.

 

Se as opções para pessoas físicas são várias, para as empresas, o período do 13º significa mais despesas e pode acontecer de firmas de médio e pequeno portes não possuírem recursos em caixa para o pagamento do benefício aos funcionários. Uma indicação, nesse caso, é que a empresa busque uma linha de crédito específica para essa finalidade, para não deixar de quitar as obrigações trabalhistas.

Em relação às grandes empresas, com as baixas taxas de juros internacionais e a incerteza dos mercados de ações, o financiamento de dívidas é um mecanismo que pode ser usado para levantar capital. “Devido à crise de crédito que se instalou no fim da década passada, os empréstimos bancários não retomaram seus níveis históricos e as empresas se voltaram cada vez mais para os mercados de títulos”, explica o sócio e líder de Mercado de Capitais da PwC Brasil, Alessandro Marchesino. Ele afirma que “ter acesso a diferentes mercados é fundamental para diversificar as fontes de financiamento para a empresa nesse contexto”.