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Startups fundadas por mulheres recebem menos investimentos

Em um período de cinco anos, as startups criadas por homens receberam mais que o dobro de aportes (US$ 2,12 milhões) do que as fundadas por mulheres (US$ 935 mil). Mas a receita gerada foi diferente, as startups lideradas por homens faturaram cerca de 10% menos.   

O futuro do empreendedorismo contempla o público feminino, já que a participação das mulheres cresceu mundialmente na criação de novas empresas nos últimos dois anos. De acordo com o Sebrae, só no Brasil temos mais de 10 milhões de empreendedoras. No entanto, quando se fala de gênero, as oportunidades de investimento ainda não são iguais para todos. Mesmo assim, é possível pensar em mudanças que possibilitem resultados diferentes, trazendo visibilidade para as startups criadas e dirigidas por mulheres.  

Os dados de uma pesquisa feita pelo Boston Consulting Group que consideraram 350 startups — 258 criadas por homens e 92 fundadas ou cofundadas por mulheres trouxeram os seguintes resultados: em um período de cinco anos, as startups criadas por homens receberam mais que o dobro de aportes (US$ 2,12 milhões) do que as fundadas por mulheres (US$ 935 mil). Mas a receita gerada foi diferente, as startups lideradas por homens faturaram cerca de 10% menos.   

O primeiro desafio enfrentado pelas mulheres empreendedoras é sair ao mercado e buscar aporte financeiro. O mundo corporativo apresenta dificuldades, tanto para homens quanto para mulheres. Porém, para elas os obstáculos costumam ser maiores e estão diretamente ligados aos vieses culturais e sociais. Grande parte dos investidores é composta por homens brancos com 40 anos ou mais, por isso mulheres são questionadas sobre estrutura familiar, casa, filhos e se é possível conciliar a vida pessoal com a familiar. 

A indicação é que as empreendedoras busquem investimentos e entrem em contato com programas e iniciativas fundadas por mulheres. No mercado brasileiro há várias organizações que investem no protagonismo feminino nos negócios, realizando mentorias para ajudar na formação das CEOs de startups.  

Outra questão importante é que a sociedade precisa trabalhar por políticas públicas que incentivem a equidade de gênero dentro das empresas. Os governos, por sua vez, podem oferecer incentivos fiscais para investidores que apoiem startups lideradas por mulheres. Mudar essa realidade exige um esforço em conjunto de todos, o que pode levar a um cenário de negócios mais diversificado, inovador e resiliente. Negócios criados por empreendedoras tendem a ser investidos, boas ideias devem ser ouvidas e aplicadas, para isso é preciso que mulheres e homens tenham as mesmas oportunidades. 

 Por Carolina Gilberti, CEO da Mubius WomenTech Ventures