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Escritora Vanessa Brunt é estudada em universidades do país

Com gênero inédito para a literatura, livros da autora de 28 anos têm gerado pesquisas em todo o Brasil

Um novo estilo literário tem chamado a atenção de críticos, professores, estudantes e universidades do Brasil. O novo gênero foi encontrado nas obras da escritora Vanessa Brunt (@vanessabrunt, 1995, Salvador), que incluem palavras cortadas ao meio, parênteses que mudam os significados dos termos e diversas novidades não nomináveis.

A configuração incomum surge em frases, poesias ou em meio aos contos da autora, os quais também redefinem conceitos já propostos socialmente. Com novos livros prometidos para 2024, a poetisa e contista, que faz palestras em todo o país e participa de eventos literários internacionais, acumula nove títulos lançados e vendidos no Brasil e em Portugal. Alguns dos mais conhecidos são Depois Daquilo, Não Precisa Ser Assim, Ir Também é Ficar e Entre Chaves.

“Existem crônicas, contos, poesias, aforismos e muitos outros gêneros na literatura. Mas não existe um nome ainda para este formato. É realmente inédito”, explica Renata Pinheiro, crítica literária.

Trechos famosos na internet:
Alguns dos trechos mais famosos de Brunt passaram a ser sucesso na internet, com milhares de compartilhamentos em redes sociais como Pinterest e Instagram. Eles exibem alguns dos jogos de palavras. Alguns exemplos são:

“DE-MORAR: só de(more) onde puder sempre estar.”;
“Crescer é também não seguir, enfrente.”,
“Paixões passam. Lições ficam. Amores pacificam.”;
“Transbordo em tudo. Fico onde couber.”;
“Amor só é amor se for transforma(dor). Amor só é amor se amor-TECER. Amor só é amor se verifica(dor). Amor só é amor se limpar a janela antes de chover.”;
“Tem coisa que só vira flor quando a gente cor-ta.”;
“Despedida. Despedir. Des-pedir. Parar de pedir e deixar o pé ir.”;
“FLORESTA: nem tudo são flores, mas em tudo, flor resta.”;
“Ó-corre o impossível.
Por isso é preciso acreditar.
Quem desvia o olhar do caminho, não vê o impossível passar.”;
“Só segure o que for de(colar).”;
“O impossível é um emaranhado de pequenos-possíveis.”;
“Só me move o que me e(leva).”;
“Liberdade é saber ao que se prende.”;
“APERTO: vira (ah!) perto para o que é de verdade.”;
“E, no fim, o que o tempo conjura, é que só quem é-TERNO, dura.”;
“Só colhe evolução quem não tenta plantar des-culpas.”;
“É quando a vida dá uns NÓS que se cruzam os porquês.”;
“NÓ: Quero você muito bem, só não quero mais NÓS.”;
“As coisas desimportantes só vão ficar gigantes se você se apequenar nelas.”.

Universidades e colégios passam a incluir obras da autora para os alunos:
Universidades como Unijorge, UniRios e Uneb são apenas algumas das que passaram a ter obras da autora indicadas pelo corpo docente e apresentadas em trabalhos recorrentes dos discentes. Em vídeos no YouTube, a discussão se abastece: “Vanessa Brunt é conhecida por brincar com as palavras. É algo muito dinâmico e criativo”, é como a estudante Laura Quadros tenta definir em um vídeo para a matéria Literatura da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

A disciplina é ministrada pelo professor Carlos Sandano e, no audiovisual, as alunas do sexto semestre decorreram sobre o Não Precisa Ser Assim. “Como podemos chamar esses jogos de palavras?”, perguntou a aluna Bruna Rios durante o debate. “É como um novo tipo de aforismo, que ressignifica sentimentos e conceitos”, tentou explicar Laura. Mas, no final, nenhuma conseguiu definir, por completo, qual seria o nome do novo gênero.

“Com qual autor podemos comprar a escrita da Vanessa?”, questiona Caroline Priami no mesmo vídeo. Laura tenta explicar que não existe um autor conhecido que siga o mesmo estilo, afinal, é algo totalmente original. “Porém, pensando em aforismos, podemos comparar com o livro Aforismos e Afins, de Fernando Pessoa, ou com alguns poemas concretos de Paulo Leminski”, deslinda Laura, buscando aproximações em formatos antigos.

Escolas também têm incluído Vanessa Brunt como fonte de estudos graças ao gênero literário, que alguns de seus leitores chamam de “Estilo Bruntiano”. Os estudantes do colégio baiano Marízia Maior, por exemplo, lêem os livros de Brunt no ensino médio. “O mais incrível é ser algo tão novo, mas que consegue atingir diferentes faixas etárias. Os professores, assim como os alunos, não lêem apenas pela curiosidade com o formato, mas por serem fãs das obras”, exclama a aluna Luana Barros, 16.

Vanessa Brunt afirma que deixará a criação do nome desse gênero para os leitores. “O meu propósito é reformular significados e exibir a força da nossa vasta língua em conteúdos que vão desde questões sobre vida profissional até amor-próprio, relações sociais e relacionamentos abusivos. Quem lê, está criando comigo, alargando ressignificados a partir de cada poema, frase e conto dos livros. A criação de um nome que defina o formato fica nas mãos deles”, determina a autora.