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Filha de brasileiros morta pelo Hamas sofria sequelas de ataque anterior

Celeste Fishbein, de 18 anos, estava desaparecida desde o dia 7 de outubro

As autoridades israelenses avisaram a família de Celeste Fishbein, de 18 anos, que o corpo dela foi encontrado após o ataque terrorista do Hamas, confirmou ao GLOBO a prima da jovem Flora Rosembaun. Celeste, filha e neta de brasileiros, era até então tida como um das 199 reféns do grupo fundamentalista islâmico Hamas confirmadas no sábado por autoridades israelenses.

A jovem estava no kibutz Be’eri, no sul do país, com o namorado, Dor Haider, em 7 de outubro, quando o grupo terrorista invadiu o local, deixando cerca de cem mortos. Fishbein já havia sido vítima da violência do Hamas. Até hoje, a jovem tinha estilhaços no corpo de um foguete que caiu no kibutz onde ela vive com a família. Por isso, não se alistou para servir ao Exército.

A brasileira Rosembaun, prima de Fishbein, também é uma sobrevivente. Ela foi uma das vítimas do atentado do Hamas à pizzaria Sbarro, no centro de Jerusalém, em 2001. Flora, o marido e a enteada passavam na frente do local quando um suicida do Hamas detonou uma bomba.

A explosão deixou 15 mortos, entre eles seu marido, Giora Balash, então com 69 anos, e cerca de 130 feridos. Flora ficou internada no hospital Hadassah Ein Keren, em Jerusalém, por 17 dias, com queimaduras e estilhaços no corpo. Eles estavam em Israel para participar de um casamento.

— Até hoje é tudo muito difícil.

Fishbein nasceu em Israel. Sua prima, a brasileira Flora Rosembaun, que também foi vítima de um ataque do Hamas em 2001, afirmou ao GLOBO que a jovem planejava tirar a dupla cidadania para passar um tempo no Brasil.

— Ela estava na casa dela com o namorado, no kibutz, onde ela também trabalha como cuidadora de crianças. O último contato com a mãe foi às 11h30 do dia do ataque. Uma semana depois, no último sábado, o governo entrou em contato com a família para avisar que ela estava na lista de reféns — contou Rosembaun.

Neste domingo, os corpos das cem vítimas do ataque ao kibutz foram enterrados no cemitério de Be´eri.

Com a confirmação, a família da jovem recebeu uma licença oficial para divulgar que ela foi sequestrada e estaria em Gaza. “Nós precisamos ajudar de alguma maneira que ela volte para nós e em paz. Compartilhem o quanto puderem”, diz um cartaz do governo israelense, onde aparece o nome completo da jovem, ao lado de uma foto sua e da data onde ela foi sequestrada.

Familiares dos israelenses feitos reféns pelo Hamas reclamaram nos últimos dias da falta de informações — mesmo após a confirmação, uma semana após os ataques, eles não sabem o local para onde os parentes foram levados e não há um canal oficial de comunicação para negociações.

Pressionado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniu neste domingo com representantes das famílias em uma base das Forças de Defesa no centro de Israel. Os parentes disseram que o premier lhes garantiu que “um dos objetivos da guerra é trazê-los de volta para casa”.

De: O Globo