A temperatura da superfície do oceano voltou a bater níveis recordes, segundo o Climate Reanalyzer da Universidade do Maine, que usa dados dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos EUA.
No domingo (27), a superfície média das águas registrou 21,1 °C, patamar estabelecido há cerca de quinze dias. Essa é a temperatura recorde, registrada pela primeira vez em 1º de abril deste ano.
Segundo o professor Alexander Turra, do Instituto de Oceanografia (IO) da Universidade de São Paulo (USP), é preocupante que ocorra picos de temperatura, principalmente nesta época do ano, em que é esperado um resfriamento das águas.
A tendência de elevação nas temperaturas do oceano ocorre quando as águas do Hemisfério Norte e do Hemisfério Sul são expostas à luz solar de forma homogênea — entre março e abril.
O professor explica que o oceano tem o papel de atenuar o efeito estufa recebendo o calor da atmosfera e distribuindo nas imensas porções de água pelas correntes marítimas.
“Com o aquecimento do oceano, ele perde a capacidade de assimilar o gás carbônico, que é um dos gases estufa: é um fenômeno que se retroalimenta e tende a se intensificar na medida em que a terra e o oceano aquecem”, afirma.
O oceano regula o clima do planeta, inclusive a precipitação, e, com o aquecimento das águas, os impactos podem ser desde a insegurança energética até eventos climáticos extremos. Mesmo quem mora longe do mar poderá ter o acesso à água e energia afetado, por exemplo. Turra também destaca os impactos na biodiversidade que pode levar a efeitos negativos na pesca.
“Temos que parar de emitir gases de efeito estufa, diminuindo a dependência de combustíveis fósseis, além de combater o desmatamento. E, ao mesmo tempo, é necessário criar sumidouros para sequestrar o carbono da atmosfera”, afirma Turra.
Segundo o professor, o Brasil é o país com o maior potencial de criar florestas no mundo e pode ser, inclusive, uma potência mundial na negociação de carbono.
CNN Brasil.
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