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Viu “Barbie”? Saiba o que é patriarcado e por que estão falando sobre isso

O filme “Barbie” se destacou ao atingir um feito notável nas bilheterias dos Estados Unidos, arrecadando impressionantes US$ 155 milhões em seu primeiro fim de semana. Esse desempenho o torna a maior abertura do ano até o momento e a maior estreia de um filme dirigido por uma mulher.

Além de seu sucesso comercial, o filme dirigido por Greta Gerwig tem sido objeto de intensas discussões sobre o patriarcado. A trama gira em torno de Barbie e Ken, que visitam o mundo humano, onde os homens estão no controle. Ken, aproveitando os benefícios da sociedade patriarcal, tenta transformar a Barbielândia da mesma forma.

A temática gerou um animado debate público sobre o que é exatamente o patriarcado. Esse termo deriva da palavra grega “patriarkhés”, que significa “o governo do pai” e é utilizado para descrever um sistema social em que os homens controlam uma parcela desproporcional do poder social, econômico, político e religioso, sendo a herança transmitida geralmente pela linhagem masculina.

O sociólogo Allan Johnson define o patriarcado como uma sociedade em que homens e mulheres participam, mas que promovem o privilégio masculino, centrando-se nos homens e identificando-se com eles. Esse sistema está organizado em torno do controle e envolve, como um dos principais aspectos, a opressão das mulheres.

As características de uma sociedade patriarcal incluem a concentração de poder e autoridade nas mãos dos homens, levando ao privilégio masculino. Há uma prevalência de visões profundamente arraigadas que favorecem os homens em posições de liderança e controle de recursos, enquanto as mulheres frequentemente são relegadas a papéis secundários e estereotipados, como donas de casa ou cuidadoras.

Embora as sociedades patriarcais possam variar devido a fatores culturais e sociais, elas são marcadas pela desigualdade de gênero e preconceitos arraigados contra as mulheres. Infelizmente, estudos revelam que tais preconceitos persistem em níveis alarmantes em todo o mundo, afetando diversos aspectos da vida das mulheres.

Embora tenhamos avançado rumo à igualdade de gênero, os Estados Unidos ainda são considerados uma sociedade patriarcal. Isso é evidente pela ausência de mulheres na presidência do país e por várias desigualdades de gênero persistentes, como a disparidade salarial e a falta de proteção constitucional explicitamente contra a discriminação de gênero.

É importante destacar que nem todas as sociedades foram historicamente patriarcais. Evidências arqueológicas sugerem que houve formas diversas de organização social na pré-história, com menor diferenciação de gênero em algumas sociedades. Além disso, existem sociedades contemporâneas matrilineares que demonstram uma divisão mais equitativa de poder e influência entre homens e mulheres.

O patriarcado, embora conceda privilégios aos homens em algumas situações, também impõe expectativas restritivas de masculinidade, levando a problemas como a masculinidade tóxica. Essas expectativas podem ter consequências negativas tanto para homens quanto para mulheres.

Apesar de ser uma realidade estabelecida, o patriarcado pode ser transformado e desmantelado por meio do questionamento dos preconceitos arraigados e das normas culturais que sustentam esse sistema desigual. O caminho para a igualdade de gênero requer uma abordagem coletiva e contínua para desafiar as estruturas sociais que perpetuam a desigualdade.