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Resistência e emoção marcam a história dos bois-bumbás da categoria Ouro do 65º Festival Folclórico do Amazonas

Bois Galante de Manaus, Corre Campo e Garanhão se apresentam neste sábado (29/07), no Sambódromo da capital

O tradicional Festival Folclórico do Amazonas – Categoria Ouro chega a sua 65º edição com apresentações marcadas por emoção. Neste sábado (29/07), é a vez dos bois da categoria Master A – Ouro, Galante de Manaus, Corre Campo e Garanhão realizarem as apresentações no Centro de Convenções de Manaus, o Sambódromo, no bairro Flores, zona centro-sul.

Para o titular da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, o Festival Folclórico se tornou uma expressão cultural do estado e, a cada ano, vem se fortalecendo com os investimentos do Governo do Amazonas.

“Os bois de Manaus têm uma história com a cultura do nosso estado e têm um movimento muito expressivo nas comunidades. A cada ano, os bois vêm sendo valorizados pelos investimentos feitos pelo Governo do Amazonas. E já é visto um crescimento do público prestigiando o espetáculo, que fica cada vez maior”, destacou o secretário.

Garanhão

Criado em 1991, o boi Garanhão, também conhecido como o ‘Boi da Cidade Alta’, no reduto do bairro Educandos, zona sul de Manaus, surgiu a partir de um sonho dos moradores da região, de criar um grupo folclórico capaz de fortalecer a tradição cultural dos bois-bumbás.

O nome Garanhão foi proposto por Ivo Morais, em homenagem ao boi-bumbá Garantido, e a cor preta do boi em homenagem ao boi-bumbá Caprichoso. Para Isaac Freitas, um dos criadores, a história do boi começa com uma inspiração nos bumbás de Parintins, mas com o passar do tempo, a identidade própria da capital amazonense foi construída com os moradores do bairro Educandos e trabalhadores.

“O boi Garanhão conseguiu unir todos os moradores do bairro Educandos em busca das 14 vitórias. Já levamos para o Festival Folclórico do Amazonas cerca de 1.300 pessoas, em todos os setores. Isso representa muito orgulho para nós, porque tudo foi feito com muito trabalho e sacrifício, das nossas costureiras, artistas, batuqueiros e todos os outros que contribuíram”, disse Isaac Freitas, um dos criadores.

Galante

O boi Galante foi criado em 1993, por um grupo de amigos, no reduto do bairro Zumbi dos Palmares, na zona leste de Manaus. Inicialmente, o bumbá foi idealizado apenas para o entretenimento dos moradores da região, mas foi inserido logo em seguida ao Festival Folclórico do Amazonas. Com o passar dos anos, o bumbá foi transferido para a Praça 14, com o aval dos criadores.

Assim como outros bumbás da capital, o Galante teve sua inspiração nos bois Caprichoso e Garantido de Parintins. A cor branca foi definida por sorteio e o nome Galante em homenagem ao boi Galante de Parintins, que remetia à infância de muitos que já moraram na cidade.

“O Galante é um movimento cultural que representa os dois bairros. Nossa cor e nossa bandeira são culturais e sociais. Pensamos sempre no folclore e no nosso público, que não é mais restrito apenas aos bairros dos criadores. Hoje, temos um público muito maior”, disse Gilson Nascimento, presidente do boi Galante de Manaus.

Corre Campo

Conhecido também como ‘Boi do Mapa’, o Corre Campo é o grupo folclórico mais antigo em atividade em Manaus e o terceiro no Amazonas. Ele foi criado em 1942, no bairro Cachoeirinha, zona sul da capital, pelos jovens Astrogildo Santos, Wandi Santos, Dionísio Gomes, Mauro Santos e Antônio da Silva. A decisão foi motivada após o ‘Garrote Tira Teima’, localizado na rua Urucará, encerrar as atividades. Com isso, criou-se um novo boi e uma nova referência folclórica para os moradores do bairro.

O nome do bumbá foi escolhido pelo fundador Wandi Santos, durante uma reunião. E as cores ficaram definidas em vermelho, branco e marrom, assim como o mapa da Brasil, desenhado no meio da testa do boi.