Não é só a Faria Lima que não vê com bons olhos uma possível candidatura de Michelle Bolsonaro à Presidência. As Forças Armadas também estão cautelosas com o nome da ex-primeira-dama para o cargo.
A avaliação de membros das Forças é que Michelle Bolsonaro não tem experiência necessária para assumir o comando do país. Além disso, ela é muito associada à pauta de costumes e religião, o que pode não agradar a todos os setores da sociedade.
A presença da ex-primeira-dama também pode acentuar ainda mais a polarização política, o que é algo que as Forças Armadas gostariam de evitar.
Ainda não está claro se Michelle Bolsonaro realmente vai se candidatar à Presidência. No entanto, a reação negativa de alguns setores da sociedade mostra que ela terá um desafio difícil pela frente.
Na atual cúpula das Forças, há consenso de que a mistura entre os militares e o governo Bolsonaro trouxe sérios problemas à imagem da Marinha, da Aeronáutica e, principalmente, do Exército. O foco, segundo membros de alta patente das Forças, é trabalhar para evitar a politização dos militares da ativa.
No fim de semana passado, em um evento em João Pessoa, Michelle chegou a falar sobre o desejo de chegar à Presidência:
— Pude ver com os meus olhos a realidade das pessoas que mais precisam. Deus me forjou naquele momento para poder cuidar dessas pessoas. E o desejo no meu coração de chegar à Presidência — disse a esposa de Jair Bolsonaro (PL).
Membros do PL afirmam, porém, que Michelle quis se referir ao período em que o marido, Jair Bolsonaro, agora inelegível, se tornou presidente, em 2018.
De O Globo.
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