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Pessoas com tatuagens ainda sofrem com preconceito

Mesmo com a popularização das tatuagens, ainda é lembrado o seu início e o que significavam quando começaram a aparecer nas pessoas, ainda no século passado. Com isso, o ato de fazer uma tatuagem ainda sofre com preconceito de quem imagina que as pessoas que optem por fazê-las trazem algum problema para a sociedade.

As tatuagens começaram a fazer sucesso no final do século XIX e o público que se utilizava dessa arte para se expressar era, majoritariamente, composto de fuzileiros navais e marinheiros.

Com o passar do tempo, errantes, rebeldes e pessoas da mesma classe social e com ocupações subvalorizadas também aderiram à moda, o que fez com que a imagem que as pessoas comuns tinham sobre as tatuagens fosse gradativamente se deteriorando, transformando a opinião pública acerca delas como um estilo de pessoas baderneiras e marginais.

Porém, por mais que o gosto e a procura pelas tatuagens tenha crescido de forma considerável, a ponto de fazer com que o Brasil esteja entre os países com mais pessoas tatuadas no mundo, a visão de pessoas mais conservadoras nesse sentido pode não ter mudado tanto. 

Com os mais variados argumentos, inclusive religiosos, quanto mais visível seja uma tatuagem, mais suscetível a preconceitos estará a pessoa. Isso interfere, também, no mercado de trabalho. Devido a visão que os outros têm, muitas vezes a primeira impressão passa uma personalidade que talvez não fosse a melhor para certos trabalhos, principalmente os que lidam com o público, independente da idade. Entretanto, muitos são os exemplos de erros nesses julgamentos. Em 2016, por exemplo, o STF (Supremo Tribunal Federal) garantiu a posse de um concorrente a uma vaga ao Corpo de Bombeiros de São Paulo. Ele foi eliminado por possuir uma tatuagem tribal em uma das pernas. Como o edital do concurso previa a eliminação ao candidato que possuísse as marcas no corpo que “ferissem a moral e os bons costumes”, além de serem obrigatórias as dimensões pequenas e em partes não visíveis do corpo humano, houve a tentativa de seu corte da lista de aprovados.

Na visão de Daniel Couto, proprietário do estúdio ITattooClub, “a noção de muitos empregadores que barram candidatos com tatuagens é baseada em premissas infundadas e sem a menor compatibilidade com a realidade. Ter uma tatuagem não faz de você um mau trabalhador, assim como não ter, não faz alguém ser mais dedicado ao trabalho”.

Mesmo com a mudança de pensamentos que vieram com a popularização da prática, muitas pessoas ainda sentem medo de se expressarem totalmente, com a ideia de evitar uma futura rejeição em entrevistas de emprego ou de sentirem a rejeição das pessoas em si, devido ao preconceito existente. Quando as tatuagens estão em locais de difícil visualização, não há problemas, mas locais como braços, mãos, pescoço e até rosto ainda são taxados de formas diferentes e muito fortes.