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Janeiro Branco: a importância do uso racional de medicamentos nos transtornos mentais

Atualmente, um bilhão de pessoas no mundo sofrem com algum tipo de transtorno mental, como depressão, ansiedade, bipolaridade ou esquizofrenia. No Brasil, o cenário não é menos preocupante: o país é o mais ansioso do planeta, com 18,6 milhões de pessoas afetadas pelo problema, sendo 14% adolescentes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Neste cenário, a campanha ‘Janeiro Branco’, dedicada à conscientização sobre a saúde mental, propõe que as pessoas reflitam sobre suas emoções, comportamentos e relacionamentos, buscando o autoconhecimento, o equilíbrio e o bem-estar. Também incentiva que as pessoas procurem ajuda profissional quando necessário, rompendo o estigma e o preconceito que ainda cercam os transtornos mentais.

Outro aspecto importante é o uso racional de medicamentos psicotrópicos, indicados em muitos casos para o tratamento dos transtornos mentais. Classificados como antidepressivos, ansiolíticos, estabilizadores, antipsicóticos e estimulantes, esses medicamentos “são substâncias químicas que atuam no sistema nervoso central, podendo alterar o humor, a percepção, o comportamento e a cognição dos pacientes”, explica a supervisora farmacêutica da rede Santo Remédio, Bruna Barros.

Ela adverte que o uso desses medicamentos requer orientações profissionais, pois o consumo inadequado pode causar efeitos colaterais, interações, dependência e até intoxicação, sendo fundamental o paciente seguir as recomendações médicas e farmacêuticas, como dosagem e tempo necessários para cada problema.

O uso indiscriminado pode trazer sérios riscos à saúde, como piora dos sintomas, efeitos adversos, dependência, síndrome de abstinência e até overdose. “A automedicação é muito perigosa, pois é necessário conhecer primeiramente os medicamentos e entender como eles funcionam antes de tomar qualquer decisão. Essa ajuda a pessoa consegue indo ao médico ou conversando com o farmacêutico. Um pequeno ato faz uma grande diferença”, ressalta a farmacêutica.

Outros medicamentos, como analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos e anticoncepcionais podem interagir com os psicotrópicos, aumentando ou diminuindo sua eficácia ou toxicidade. Por isso, é importante que o paciente informe ao médico e farmacêutico todos os remédios que esteja usando, inclusive os fitoterápicos, os suplementos e os homeopáticos, para evitar interações medicamentosas.
A bebida alcoólica deve ser evitada no período de tratamento, pois pode potencializar ou reduzir o resultado dos medicamentos, além de causar efeitos indesejados, como sonolência, tontura, confusão mental e até mesmo coma.

Outros cuidados
Além do tratamento medicamentoso, as pessoas com transtornos mentais devem buscar apoio psicológico e psiquiátrico, quando necessário, e participar de grupos de ajuda mútua, como os Alcoólicos Anônimos, os Narcóticos Anônimos ou os Amigos da Esperança.
A farmacêutica Bruna Barros destaca ainda a importância de se cultivar bons hábitos, como praticar atividades físicas, alimentar-se de forma equilibrada, dormir bem, evitar o estresse e procurar relacionamentos positivos. Por fim, ela enfatiza que o ‘Janeiro Branco’ é uma oportunidade para refletir sobre a importância da saúde mental, que deve ser cuidada não apenas num mês, mas durante todo o ano. “É muito importante a população entender que ao sentir qualquer sintoma fora do normal o ideal sempre será procurar ajuda, e nós profissionais da saúde vamos estar sempre em prontidão para ajudar”.
A saúde mental é um direito de todos e um dever do Estado. É preciso que haja políticas públicas efetivas e integradas para a promoção, a prevenção, a assistência e a reabilitação em saúde mental. Mas também é imprescindível uma sociedade mais consciente, solidária e sem preconceitos em relação a essa condição.