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Casa Branca busca apoio do Brasil para acalmar tensão entre Venezuela e Guiana

A interlocutores, o presidente americano Joe Biden sinalizou que deseja a paz entre os dois países
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil informa que o país está consultando o Brasil e outros parceiros internacionais sobre a disputa entre Venezuela e Guiana, reiterando o apoio inabalável à soberania da Guiana.

A instabilidade entre os dois países teve início com a insistência de Nicolas Maduro em querer anexar Essequibo, região da Guiana, à Venezuela

O governo norte-americano expressou ao Palácio do Planalto sua preocupação com o aumento da tensão na região de Essequibo, na Guiana, devido à intenção do presidente venezuelano Nicolás Maduro de incorporar o território.

Nesta quinta-feira (14), uma reunião entre Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, ocorrerá em São Vicente e Granadinas, com a representação do Brasil pelo embaixador Celso Amorim. A Casa Branca busca transmitir a importância da busca pela paz à Guiana e destaca a necessidade de diálogo, mesmo com o apoio dos Estados Unidos na questão.

O recado dos Estados Unidos à Venezuela é contundente, alertando que qualquer avanço de Maduro acarretará em consequências, incluindo a reversão do alívio nas sanções econômicas, conforme acordos relacionados às eleições e à oposição venezuelana. O governo de Joe Biden vê o governo Lula como a figura adequada para mediar a situação. A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil informa que o país está consultando o Brasil e outros parceiros internacionais sobre a disputa entre Venezuela e Guiana, reiterando o apoio inabalável à soberania da Guiana.

Essequibo: por que a Venezuela quer se apropriar da terra pertencente à Guiana

Situada na porção ocidental da Guiana, a região de Essequibo abrange 159 mil km², correspondendo a aproximadamente 70% do território do país. Sua extensão é superior à do estado do Ceará e à da Inglaterra.

Em 2015, consideráveis reservas de petróleo foram descobertas na região, estimando-se que a Guiana possua o equivalente a 11 bilhões de barris, com uma parte substancial localizada offshore, próximo a Essequibo. O boom do petróleo tem impulsionado o crescimento econômico da Guiana, tornando-a o país sul-americano com o desenvolvimento mais significativo nos últimos anos.

Contudo, a região tornou-se alvo da Venezuela, que alega ter direitos sobre o território. Em 3 de dezembro, um referendo para a anexação do estado, denominado pelos venezuelanos como “Guiana Essequiba”, foi aprovado por 95% dos votantes, representando metade do eleitorado venezuelano.

As tensões entre Venezuela e Guiana têm aumentado continuamente. Na quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram manobras militares na Guiana, incluindo em Essequibo. Na sexta-feira, o presidente venezuelano Nicolás Maduro assinou decretos para a incorporação do território.