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Craving: o desejo por doces pode se tornar um vício

Sensação de satisfação temporária pode ser um dos motivos que leva ao consumo excessivo de açúcar, de acordo com instituições de atuação nacional e internacional

Craving é o termo empregado por instituições internacionais como Harvard para representar o desejo de repetir determinada experiência em função dos efeitos de uma substância específica, podendo ser associado ao abuso de drogas ou até mesmo de alimentos. 

Segundo a Associação Brasileira de Nutrição, na área alimentícia, o craving pode estar relacionado, por exemplo, ao consumo de açúcar, macronutriente com a maior capacidade de gerar comportamento compulsivo no organismo humano. De acordo com a associação, ao experimentar açúcar o corpo libera dopamina de modo excessivo, produzindo mudanças compensatórias comparáveis aos efeitos de drogas pesadas, incluindo a síndrome da abstinência.

Sobre os efeitos do macronutriente no organismo, a profissional de nutrição do AmorSaúde, rede de clínicas parceira do Cartão de TODOS, Carla Tissianel, explica que, por meio da liberação de dopamina, a ingestão de açúcar proporciona sensações ligadas a prazer, bem-estar e até mesmo felicidade, por isso algumas pessoas têm craving ou compulsão alimentar pela susbstância. “Mesmo sem sentir fome física, a pessoa come rapidamente, sem saborear o alimento, e não consegue parar de comer”, explica a profissional.

De acordo com a profissional, substâncias e comportamentos viciantes ligadas à alimentação, são capazes de modificar o funcionamento e a anatomia das estruturas cerebrais. Assim, o uso crônico resulta no aumento da tolerância e na necessidade de consumo em quantidades cada vez maiores, como ocorre no caso de alimentos hiperpalatáveis, combinação de açúcar, gordura, carboidratos e sal encontrada em doces calóricos, como donuts e outras guloseimas. 

“Gordura e açúcar em excesso podem interferir na sensação de prazer relacionado à satisfação alimentar, condicionando a pessoa a escolher sempre alimentos enriquecidos desses dois nutrientes. Quando os níveis desse hormônio baixam no sangue, o excesso de açúcar e a persistência nesse tipo de alimento levam a dependência dessa sensação, o que acaba por estimular o consumo frequente”, destaca a profissional de Nutrição.

Estratégias para controlar o craving

Conforme revela o e-book “Alimentação saudável” do Ministério da Saúde, a chave para uma vida mais saudável é investir em uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas e minerais. Para isso, Carla Tissianel indica que é importante consumir alimentos que dão maior sensação de saciedade, contribuindo assim para que o craving possa ser amenizado.

“É importante diminuir o consumo dos alimentos de alto índice glicêmico, como, por exemplo, comidas processadas, massas, pães, doces e refrigerantes, priorizando uma dieta rica em fibras, gorduras boas e antioxidantes, com a inclusão de grãos integrais, legumes e proteínas vegetais, como as leguminosas ou as carnes magras e ovos, e as fontes de boas gorduras”, ensina a profissional de Nutrição.

Para matar a vontade de comer doces de forma saudável, Carla indica receitas como banana assada com canela e aveia ou morangos com tâmaras. “O ideal é optar por alimentos nos quais o açúcar está naturalmente presente, como frutas mais adocicadas e receitas mais saudáveis na substituição de chocolates e doces”, destaca.