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Profissionais técnicos ganham mais, aponta pesquisa

De acordo com o levantamento feito pelo Instituto Itaú Educação e Trabalho, os profissionais que possuem o ensino técnico também ficam menos desempregados do que aqueles que possuem apenas o ensino médio tradicional. Técnico em Eletrônica dá sugestões de como se preparar para atuar na área.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Itaú Educação e Trabalho concluiu que profissionais com ensino técnico ganham até 32% a mais do que aqueles que possuem apenas o ensino médio. Além disso, os pesquisadores verificaram que os profissionais formados em cursos técnicos ficam menos desempregados.

Outro dado revelado pela pesquisa – denominada “Potenciais efeitos macroeconômicos com expansão da oferta pública do ensino médio técnico no Brasil” – indica que se triplicado o acesso ao ensino médio técnico no país, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro poderia aumentar até 2,32%. Esse resultado é decorrente da maior empregabilidade e rentabilidade promovida aos trabalhadores a partir da formação profissional.

A demanda por profissionais técnicos – especialmente para atuarem no setor industrial – segue em alta no Brasil. No início do ano, um levantamento feito pelo Observatório Nacional da Indústria, com base no Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025,  mostrou que, somente em 2023, o país precisaria capacitar 77 mil técnicos para atuar nas oportunidades desse setor. Os dados do Mapa indicam que até 2025, o Brasil precisará qualificar 9,6 milhões de pessoas para ocupações industriais.

Uma das áreas que necessitam de profissionais é a de Eletrônica. Com mais de 12 anos de experiência na área, o técnico eletrônico Rafael Vendemiatti explica que além de qualificação técnica, é preciso buscar especialização em segmentos como comandos elétricos, pneumática, hidráulica, robótica, controlador lógico programável (CLP) e automação industrial.

“Além disso, é importante buscar sempre um olhar crítico nos sistemas automatizados, visando melhorias nos equipamentos, sugestões para aumentar a performance deles e nunca parar de aprender, pois sempre surgem novos equipamentos com novas tecnologias”, aconselha.

Vendemiatti justifica essa necessidade de especialização pelo fato de, atualmente, as empresas estarem buscando profissionais mais preparados para modificar ou implementar novos sistemas e ideias. Segundo ele, o profissional que quiser seguir carreira na área precisa ter a mente aberta para inovações.

“Eu diria para procurarem sempre evoluir, entender como funciona cada componente, software ou equipamento. Com isso, o profissional poderá ter novas ideias para facilitar a produtividade e automatizar os sistemas, gerando mais lucratividade e melhores desempenhos”, destaca.

Outro conselho do técnico eletrônico para os aspirantes a colegas de profissão é se dedicarem a apresentar projetos de monitoramento em tempo real, que possibilite a identificação de falhas visuais para os operadores, a fim de diminuir o tempo de parada dos equipamentos.

“Além disso, é necessário ter uma tomada de decisão rápida, visto que cada minuto de parada de uma máquina que produz 120 mil latas por hora, por exemplo, conta muito no final do dia. Trabalhar sob pressão também é um desafio, por se tratar de equipamentos de alta escala e sempre existe uma grande cobrança por resultados”, conclui.

Até 2025, Brasil precisará qualificar mais de 9 milhões de profissionais técnicos

Segundo o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria, até 2025, o Brasil precisará capacitar 9,6 milhões de pessoas em ocupações industriais, sendo 2 milhões em formação inicial – para substituir inativos e preencher novas vagas – e 7,6 milhões em formação continuada, para trabalhadores que necessitam atualizar-se. Isso implica que 79% da demanda de formação nos próximos quatro anos será voltada para aperfeiçoamento.

Conforme informações do Observatório, nesse período devem ser criadas 497 mil novas vagas formais em ocupações industriais, resultando em um aumento de 12,3 milhões para 12,8 milhões de empregos formais. Essas ocupações envolvem conhecimentos geralmente associados à produção industrial, mas são relevantes em outros setores da economia.

As áreas com maior necessidade de formação são: Transversais, Metalmecânica, Construção, Logística e Transporte, e Alimentos e Bebidas. As ocupações transversais são aquelas que possibilitam aos profissionais trabalharem em diferentes áreas, como técnico em Segurança do Trabalho, técnico de Apoio em Pesquisa e Desenvolvimento, e profissionais da Metrologia, por exemplo.