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Plain English ganha espaço em publicações científicas

Gustavo Romani, tradutor especialista da empresa STTA, explica como a técnica de redação “inglês simples” tem ganhado espaço nas publicações do Brasil e do mundo

Há 358 anos, em janeiro de 1665, foi publicada a primeira edição do “Journal des Sçavans” (Diário dos Sábios, em tradução livre), na França. A publicação é considerada o primeiro periódico científico nos moldes atuais. No Brasil, as primeiras publicações do gênero foram a Gazeta Médica do Rio de Janeiro e a Gazeta Médica da Bahia, lançadas em 1869 e 1880, respectivamente.

Hoje, os artigos científicos são considerados peças essenciais para a disseminação e democratização do conhecimento científico em todo o mundo, não apenas entre pesquisadores e profissionais de áreas específicas, como também para o público em geral. Apesar disso, um elemento pode ser um entrave para a leitura destas publicações: o idioma.

É nesse contexto que, segundo Gustavo Romani, tradutor especialista da empresa STTA, o Plain English (inglês simples, em tradução livre) está transformando a indústria de tradução acadêmica, destacando-se por sua eficiência, clareza e potencial economia. 

“O Plain English é uma abordagem de escrita que valoriza a clareza, precisão e acessibilidade”, explica Romani. “A forma de expressão tem se mostrado útil na literatura científica, tornando ideias complexas acessíveis não apenas a especialistas, mas também a profissionais de outras áreas, políticos e ao público em geral”, complementa. 

O tradutor destaca que a abordagem facilita o trabalho dos tradutores e pode eliminar ambiguidades, além de promover uma compreensão global mais profunda. “A STTA é especialista em tradução de artigos científicos e observou uma ampla adesão ao Plan English nos últimos tempos, com a tendência de uso do inglês simples para tradução de artigos científicos”, afirma.

Conceito evoluiu ao longo da história

Romani observa que a simplicidade na escrita tem raízes históricas: “Já em 43 a.C., Marcus Tullius Cicero enfatizava a clareza na comunicação. Shakespeare, no Renascimento, incorporou essa essência de comunicação direta em sua obra”, explica.

O especialista também destaca que o século XX trouxe críticos como George Orwell, que, em “Politics and the English Language”, condenou o uso inflado da linguagem política. “Nos Estados Unidos, o Plain English redefiniu documentos legais e se consolidou através de iniciativas como a ‘Plain English for Lawyers’ e a criação da Plain Language Association International”, pontua. 

Romani ressalta que a tradução científica, que desempenha um papel na disseminação global do conhecimento, demanda habilidades específicas e entendimento profundo de vocabulário e conceitos. Tendo isso em vista, para ele, “a precisão é essencial para preservar as informações originais e indispensável em diversas áreas como publicações acadêmicas e comunicação internacional”. 

Plain English no Brasil

O tradutor especialista da empresa STTA afirma que, no cenário da América Latina, o Brasil ganha destaque como líder em pesquisa e desenvolvimento em campos como medicina, agricultura e meio ambiente.

“O país, apesar de desafios como flutuações no financiamento e desigualdade na distribuição de recursos, demonstra um compromisso com a excelência em pesquisa”, afirma Romani. Recentemente, a pandemia de Covid-19 e cortes orçamentários causaram uma queda significativa na produção científica do país, como aponta um relatório da Elsevier e da Agência Bori

Para o tradutor, a adoção do Plain English na pesquisa científica brasileira pode oferecer vários benefícios, como o aumento da acessibilidade, facilitação da revisão por pares, e tornar o trabalho mais atrativo para revistas internacionais. “A abordagem pode melhorar a qualidade, acessibilidade e relevância da pesquisa brasileira no cenário global. Além disso, elimina ambiguidades e promove uma compreensão global mais profunda.”

A título de exemplo, o especialista conta que, em 2022, 30 revistas e 105 Programas de Pós-Graduação utilizaram os serviços da STTA. Para concluir, Romani ressalta que a inovação, embora positiva, exige uma aplicação ponderada. “Apesar disso, o Plain English pode representar uma transformação significativa na comunicação científica, aumentando a clareza e a acessibilidade da informação, e fortalecendo a posição do Brasil no campo da pesquisa global”, considera.

Para mais informações, basta acessar: https://www.stta.com.br/