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Olhar do Norte: Show de Eliza Maia e homenagem a Ednelza Sahdo marcam abertura do Festival de Cinema

Na primeira noite do 5º Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte foram exibidos os filmes “Castanho” e “A flor do buriti”

A noite de abertura do 5º Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte foi concorrida, na terça-feira (22/08). Realizadores e público se encontraram no Teatro Amazonas, cuja sala de espetáculos se transformou em sala de cinema para a exibição dos filmes “Castanho”, com roteiro e direção do artista Adanilo, e “A flor do buriti”, dirigido por João Salaviza e Renée Nader Messora.

Antes da exibição da apresentação das obras audiovisuais coube à cantora Elisa Maia realizar um pocket show de abertura no estilo voz e piano. Logo após a apresentação da cantora, também foi realizada uma homenagem à atriz Ednelza Sahdo, falecida em novembro de 2022.

O Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte é uma realização da Artrupe Produções, com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, em parceria com o Cine Set e parceria estratégica da Iaí Promoções.

“Essa noite é a realização de um sonho. Ver o Teatro Amazonas lotado para assistir ao Olhar do Norte é um sonho”, afirmou o diretor artístico do festival, Diego Bauer, que proferiu o discurso de abertura do evento.

O ator Adanilo, que roteirizou e dirigiu o filme “Castanho”, afirmou que o processo de assumir os papéis de roteirista e diretor sempre foi natural em sua carreira. “Já comecei minha carreira tanto atuando, quanto escrevendo e dirigindo. O primeiro trabalho que eu fiz no teatro, já escrevi e dirigi. Então, para mim, foi um processo natural”, afirmou.

Adanilo falou também sobre a dificuldade e felicidade de se realizar uma obra audiovisual. “Não é assim tão simples a gente levantar um filme. Demanda recurso, demanda reunir uma equipe inteira. Mas estou muito feliz de estar estreando aqui no Festival Olhar do Norte, aqui no Teatro Amazonas como diretor e roteirista deste filme que, modéstia à parte, está bem bonito”, afirmou.

Madeira-Mamoré

Representante de Rondônia, o ator Juraci Júnior também estreia como roteirista e diretor no Olhar do Norte, com o documentário “Resistência”, que trata da construção da lendária ferrovia Madeira-Mamoré, no século XIX.

“A construção de uma ferrovia de ferro e aço no meio da floresta tem uma história de fato heróico, de muita dificuldade, de uma saída para a Bolívia, para poder escoar os produtos, num acordo com o Brasil. Eu sentia falta de falar sobre essas vozes que sofreram processos de apagamento durante toda a construção”, afirmou Juraci.

Para o realizador de “Resistência”, há poucos registros sobre os povos indígenas e sobre as pessoas que já viviam nesses territórios, os povos originários.

“A gente começou uma pesquisa para ouvir essas vozes. Essas histórias eram comuns e são comuns na oralidade. As histórias sobre a ferrovia são comuns em Porto Velho. No documentário, temos personagens que ouviram dos pais, dos avós e que não há registros sobre isso”, contou Juraci.

O realizador rondoniense falou também sobre a relevância de um festival como o Olhar do Norte. “Esse nome eu acho genial: Olhar do Norte. A gente está falando do nosso território, da nossa região, com o olhar apurado de quem vive e constrói a narrativa a partir da vivência nesta região. E hoje, ampliando para a Amazônia Legal”, afirmou.

“Então, eu acho que é muito importante e é também um exercício de resistência, um exercício político trazer esses filmes para uma discussão em Manaus, na região Norte e, sobretudo, olhando e falando da nossa produção”, opinou Juraci.

Da Amazônia

O produtor executivo do festival, César Nogueira, também ressaltou a ampliação das fronteiras do Olhar do Norte para a Amazônia Legal, uma inovação desta quinta edição.

“Nesta edição, nós entendemos que é um festival de cinema da Amazônia, não só da região Norte. Por isso, a nossa mostra, que é o carro-chefe deixou de ser a mostra Norte e virou a mostra Amazônia, abarcando também filmes do Mato Grosso e do Maranhão, que compõem a Amazônia Legal”, explicou.

César afirma que o festival tem pretensões de se expandir ainda mais. “É uma evolução natural e é parte de um processo. Nós queremos fortalecer essa ideia e expandi-la para, no médio e longo prazo, ser a Pan-Amazônia e competição de longas-metragens”, declarou.

Estreante no público do Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte, Ícaro Paulino foi atraído pelo objetivo de, também, tornar-se um profissional do audiovisual.

“É minha primeira vez e está sendo uma semana muito festiva para mim. O conteúdo é uma boa inspiração para quem quer começar na área. Vai ser muito gratificante para mim, que penso em ingressar nessa área”, diz Ícaro, que pretende comparecer todos os dias à programação do festival.

Programação

Dia: 23 de agosto

Local: Teatro Amazonas

17h – Mostra 1

– Ñande MbaraeteI Katu – Juntos Vamos nos Fortalecer; Dir. Cristian Cancino, SP, 20’

– Último Domingo; Dir. Renan Barbosa e Joana Claude, RJ, 17’

– Quebra Panela; Dir. Rafael Anaroli, PE, 17’

– Resistência; Dir. Juraci Junior, RO, 8’

– Cem Pillum – A História do Dilúvio; Dir. Thiago Morais, AM, 8’

– Galeria Decolonial; Dir. Ana Lígia Pimentel, AM 7’

– Maués, A Garça; Dir. Isabelle Amsterdam, AC, 27’

20h – Mostra 2

– Big Bang; Dir. Carlos Segundo, MG, 14’

– Soberane; Dir. Wara, CE, 27’

– Solos; Dir. Pedro Vargas, SP, 13’

– Ensaio de Despedida; Dir. Eric Lima, AM, 20’

– Alexandrina – Um Relâmpago; Dir. Keila Sankofa, AM 11’

– Thuë pihi kuuwi – Uma Mulher Pensando; Dir. Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami, RR, 9′

– Controle; Dir. Ricardo Manjaro, AM, 13’

– Ela Mora Logo Ali; Dir. Fabiano Barros e Rafael Rogante, RO, 16’

Local: Palácio da Justiça

8h – 12h

Oficina de atuação para cinema com Adanilo

8h – 12h

Oficina de atuação para cinema com Adanilo

10h – 11h

Roda de Conversa: TV Encontro das Águas e Sonora Play

14h – 15h

Roda de Conversa: O Território e o Filme, com Hyjnõ Krahô e Luzia Krahô, de A Flor do Buriti, e Adanilo

15h – 16h

Roda de Conversa: Retrato da Produção Audiovisual na Amazônia Legal, com Matapi

Local: Teatro da Instalação

24/08/23

10h – 12h

Oficina de Roteiro com Bea Góes

Dia: 24 de agosto

Local: Teatro Amazonas

9h30 – Mostra Olhinho

– Sadako – A Lenda dos Mil Tsurus; Dir. Isadora Zillo e Jonatas Ferreira, PR, 4’

– Ciranda Feiticeira; Dir. Lula Gonzaga e Tiago Delácio, PE, 8’

– A Aposta; Dir. Juan Lopes e Kennedy Costa, AM, 8’

– Minha Velha Amiga Dukkha; Dir. Felipe Santoro e Isabella Bittencourt Gil Xavier, RS, 3’

– Super-Herói do Clipe no Meio da Praça; Dir. Felipe Aufiero, PR, 13’

– Jamary; Dir. Begê Muniz, AM, 18’

– Zana – O Filho da Mata; Dir. Augustto Gomes, AM, 15’

– Se Não; Dir. Moacy Freitas, AM, 15’

17h – Mostra 3

– Das Águas; Adalberto Oliveira e Tiago Martins, PE, 17’

– Bucho de Peixe; Dir. Johann Jean, RN, 10’

– Nada Haver; Dir. Juliano Gomes, RJ, 11’

– Mulheres Árvore; Dir. Wara, CE, 17’

– Ana Rúbia; Dir. Diego Baraldi e Íris Alves Lacerda, MT, 15’

– Ao Lado da Estrada; Dir. Ricardo Chetuan, RR, 15’

– Desentupidor; Dir. Jimmy Christian, AM, 22’

– Meus Pais, Meus Atores Preferidos; Dir. Gabriel Bravo de Lima, AM, 25’

20h – Mostra 4

– Memórias do Fogo; Dir. Rita de Cássia Melo Santos; Leandro Olímpio; Irineu Cruzeiro Neto, PB, 8’

– Garotos Ingleses; Dir. Marcus Curvelo, BA, 15’

– Bebé; Dir. Isadora Lis, PA, 4’

– Mãri hi – A Árvore do Sonho; Dir. Morzaniel Ɨramari, RR, 17’

– Cabana; Dir. Adriana de Faria, PA, 14’

– Revoada; Dir. Rafael Ramos, AM, 24’

– A Estratégia da Fome; Dir. Walter Fernandes Jr., AM, 39’

Local: Palácio da Justiça

13h – 15h

Debate dos filmes das Mostras 1 e 2

15h – 16h

Roda de Conversa: Cinema e Outras Artes. Mediação de Márcio Braz, com Francis Madson, Ramon Ítalo, Elisa Maia.

Local: Teatro da Instalação

10h – 12h

Oficina de Roteiro com Bea Góes

Dia: 25 de agosto

Local: Teatro Amazonas

Encerramento e Premiação do Festival

15h30 – Longa-metragem Convidado

– Mato Seco Em Chamas; Dir. Adirley Queiroz e Joana Pimenta, DF 153’

19h – Sessão de Encerramento

– Eureka; Dir. Lisandro Alonso (França, Argentina, Portugal, Alemanha, México), 146’

22h – Cerimônia de Premiação

Local: Palácio da Justiça

10h – 12h

Roda de Conversa: Cinema Latino-Americano, com Adirley Queiroz, Lisandro Alonso e Adanilo

13h – 15h

Debate dos filmes das Mostras 3 e 4

Local: Teatro da Instalação

10h – 12h

Oficina de Roteiro com Bea Góes