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Mais orgânico, experimental e amazônico, Reiner estreia novo projeto ao vivo

Cantor paraense fincou de vez os pés nas suas raízes amazônicas e lança novo trabalho, buscando parceria com o streaming Sonoraplay para aumentar sua audiência do Norte

Quando um artista se redescobre e reinventa, coisas mágicas podem acontecer. É o caso do artista paraense Reiner, que fincou de vez os pés em suas raízes na Amazônia para trazer ao mundo seu novo projeto, um ‘live action’ que será lançado diretamente no streaming Sonoraplay, nesta semana.

O cantor diz estar em um momento de transição entre o seu último lançamento, o ‘Breu’ e o álbum novo, mas antes, ele dá vida ao seu repertório com o lançamento de “Depois do Breu”, show ao vivo em que mistura gêneros que vão do shoegaze ao ijexá. “Pretendo continuar o que fiz nas quatro faixas de Breu só que agora com mais tempo e mais canções. Considero esse o meu primeiro disco que tem um conceito e faixas que expressam o meu pertencer à Amazônia”, comenta. E é essa volta às raízes que dá um tom diferente no novo projeto. “Tentei negar por muito tempo que esse era o meu lugar mas acabei me apaixonando pela nossa musicalidade que é única e nós conecta diretamente com os nossos ancestrais e as nossas raízes”, revela.

Reiner traz influências de estilo paraenses, como o carimbo pau e corda e guitarrada, mas também bebe da fonte do trip hop, criando canções únicas que imprimem identidade ao longo da sua trajetória. No entanto, agora, sua principal experimentação são as apresentações mais orgânicas. “Inspirado nos grupos de carimbó, tive a vontade de fazer um show orgânico com os instrumentos que a minha banda tem, nada mais do que isso. É interessante que quando se limita as possibilidades com 2 guitarras, 1 baixo e uma bateria sendo tocados por humanos, coisas mágicas podem acontecer”, avaliou.

Para dar amplitude ao seu som e buscar um alcance maior na região Amazônica, Reiner se juntou à plataforma de streaming Sonoraplay (www.sonoraplay.net) para lançar seu novo projeto simultaneamente no Pará e no Amazonas. “A Sonoraplay começou muito recentemente e nosso principal foco agora é abrir espaço aos artistas e trabalhar em conjunto para criar um movimento forte partindo do Norte para o resto do Brasil. Sabemos da qualidade dos artistas desta região e queremos estar com eles na luta por espaço no cenário da música”, disse Raquel Omena, CEO da startup amazonense, Sonoraplay.

O artista vem de projetos de sucesso, como o EP “Breu”, lançado em abril de 2021, que já trouxe uma mistura entre o trip hop e o regional amazônida e singles em parceria com outros cantores. “O que trago nesse projeto novo é a maturidade do meu show ao vivo”, revelou, aguçando a curiosidade de seus fãs.

Reiner lança seu novo projeto esta semana, com disponibilização do trabalho nas plataformas digitais. O cantor já tem dois videoclipes no streaming Sonoraplay: “Flor” e “Fica mais um pouquinho”, que podem ser assistidos ao acessar o site: www.sonoraplay.net.

Ele concedeu uma entrevista exclusiva que você confere a seguir:

1) Sonoraplay: Voce já lançou, anteriormente, um projeto autoral. Que mudanças você traz para este novo projeto?

Reiner: O que trago nesse projeto novo é a maturidade do meu show ao vivo. Sempre tive muito problema com tocar ao vivo. O nervosismo, a incerteza do ao vivo, o dever de conquistar as pessoas ali naquele exato segundo sempre me assustaram. Com o tempo, acabei amando estar no palco, ao mesmo tempo que passei a encarar me encarar como um artista que não precisa agradar ninguém antes de mim mesmo. Se eu não pirar no meu som, ninguém vai. Além de me entregar para a música e deixar tudo fluir no caos que deve ser um show. Ultimamente, as minhas apresentações têm sido bastante catárticas porque já entro no palco com essa mentalidade.

2) Como voce descreve seu novo momento artístico?

Reiner: Estou em um momento de transição entre o Breu e o meu disco novo que chama Elã, em que pretendo continuar o que fiz nas quatro faixas de Breu só que agora com mais tempo e mais canções. Considero esse o meu primeiro disco que tem um conceito e faixas que expressam o meu pertencer à Amazônia. Tentei negar por muito tempo que esse era o meu lugar mas acabei me apaixonando pela nossa musicalidade que é única e nós conecta diretamente com os nossos ancestrais e as nossas raízes.

3) Sobre suas influências na música, você traz algum aspecto que te remete a essas raizes?

Reiner: A guitarrada me influencia demais nas experimentações e até mesmo o carimbó pau e corda. Antes, meu show era exatamente como as músicas gravadas e sentia que isso me prendia bastante. Inspirado nos grupos de carimbó, percebendo como a dinâmica entre 4 pessoas funciona é que tive a vontade de fazer um show orgânico com os instrumentos que a minha banda tem, nada mais do que isso. É interessante que quando se limita as possibilidades com 2 guitarras, 1 baixo e uma bateria sendo tocados por humanos, coisas mágicas podem acontecer.

4) Qual sua perspectiva para este ano ainda?

Reiner: Pretendo lançar esse disco que chama Elã. Nele exploro a musicalidade amazônida em vários quesitos, passando pelos batuques da minha cidade, Belém do Pará e misturando sempre com a sonoridade do Trip Hop que acho que tem tudo a ver, as células de música tradicional encaixam perfeitamente nesse gênero musical que veio lá do Reino Unido

5) Como você vê o cenário atual da música e quais as dificuldades que você vê pelo caminho

Acho que o cenário da música atual é muito prolífico para artistas que estão em busca da sua própria sonoridade. Artistas como Edgar, Jadsa, Negro Leo e Ava Rocha têm trajetórias que me inspiram e me instigam a correr atrás do meu próprio som. Acho que as dificuldades de ser artista hoje no Brasil são bem palpáveis. A nossa região precisa de investimento, de recursos circulando entre os artistas daqui para que se crie um mercado que possa começar a andar com as próprias pernas. Acho que com as leis de incentivo como a Paulo Gustavo e a Aldir Blanc II vêm justamente para fomentar e dar embalo pra produções de artistas que precisam de recurso pra fazerem os seus trabalhos girarem.

Sobre a Sonoraplay

Começando suas atividades em Manaus, no coração da Amazônia, a startup Sonoraplay é focada exclusivamente em produção audiovisual independente e busca reunir no seu ambiente de streaming filmes, curtas-metragens (short films), documentários, shows, videoclipes, podcasts e webseries, criando uma nova rede de produção, para atender ao público que gosta de descobrir novos talentos e curtir conteúdos diferentes, direto da fonte. “Há muito mais produções acontecendo no mundo do que aquelas poucas que as atuais plataformas de streaming apresentam. Queremos que o público tenha acesso à essa efervescência, com um ambiente organizado, atrativo e bonito. Mas, também queremos monetizar de forma justa os conteúdos independentes, o que não acontece hoje”, disse Raquel Omena, CEO da Sonoraplay.

A startup foi criada por 3 artistas da música. “A gente se esforça para juntar dinheiro e produzir sem parar. Mas, aí, na hora de colocar nas plataformas existentes, o retorno não é suficiente. A solução não é parar de produzir, e sim utilizar a ferramenta correta. Colocar nossa produção nas plataformas gigantes, só os torna interessante para as grandes empresas. Acabamos não ganhamos nada. A Sonoraplay veio para atender aos que não estão sendo atendidos”, diz Raquel Omena, CEO da startup.