O termo “gaslighting” tornou-se popular nos últimos anos devido à crescente conscientização sobre problemas de saúde mental e dinâmicas de poder nos relacionamentos interpessoais. O termo é usado para se referir a uma forma de manipulação psicológica na qual uma pessoa tenta fazer com que a outra duvide de sua própria realidade.
O gaslighting pode ser uma forma muito sutil de abuso e pode ser difícil para a vítima reconhecer que está sendo vítima. Os gaslighters muitas vezes usam uma variedade de táticas para confundir e desorientar suas vítimas, como:
- Negar que algo aconteceu, mesmo que haja evidências claras de que aconteceu.
- Fazer a vítima se sentir louca ou paranoica.
- Fazer a vítima se sentir culpada ou responsável pelo abuso.
- Amenizar o abuso ou fazer parecer que não é tão grave quanto realmente é.
O gaslighting pode ter um impacto devastador na saúde mental da vítima. A vítima pode começar a duvidar de si mesma, de sua memória e de sua capacidade de julgamento. Também pode começar a se isolar de amigos e familiares, por medo de que não acreditem nela.
Se você acha que está sendo vítima de gaslighting, é importante procurar ajuda. Você pode conversar com um terapeuta, um conselheiro ou um advogado. Também pode encontrar apoio em grupos de apoio online ou em sua comunidade.
É importante lembrar que você não está sozinho e que existem pessoas que podem ajudá-lo.
Popularização do termo ‘gaslighting’
Em 2018, o Dicionário de Oxford nomeou “gaslighting” como uma das palavras mais populares do ano. Isso ocorreu após um artigo jornalístico que viralizou ter alegado que o então presidente dos Estados Unidos Donald Trump havia vencido as eleições usando esta técnica nos cidadãos norte-americanos.
O que é o ‘gaslighting’?
Além disso, no final de 2022, o dicionário Merriam-Webster nomeou “gaslighting” como a palavra do ano devido ao forte aumento nas buscas — cerca de 1740% em relação ao ano anterior. De acordo com a editora, o termo é definido como “a manipulação psicológica de uma pessoa, geralmente ao longo de um período prolongado”.
A palavra vem de um filme clássico de Hollywood: “Gaslight” (1944). Nele, um homem (Charles Boyer) manipula sua esposa (Ingrid Bergman) para que ela acredite que está louca. O objetivo é roubar a fortuna dela. Durante o filme, ele esconde objetos como quadros e joias, e faz com que ela acredite que é a responsável pelo sumiço, embora ela não se lembre.
Veja as 5 frases mais comuns:
- “Você está agindo como um(a) louco(a)”
Essas pessoas buscam manipulação ao ponto de questionar a sanidade ou lucidez da vítima. Para alcançar isso, fazem comentários diretos que questionam a racionalidade dela.
→ Como responder: “Por favor, não questione a minha capacidade de pensar com clareza”. “Mesmo que não concordemos, eu vejo a realidade desta maneira”. - “Você está exagerando”
Ao acusar a outra pessoa de ser dramática, o manipulador busca descartar as queixas e preocupações como irracionais e infundadas.
→ Como responder: “Você concordando ou não comigo, é assim que me sinto agora”. “Não julgue meus sentimentos. Eles não estão sujeitos a debate”. - “Eu estava apenas brincando”
Os manipuladores caracterizam-se por minimizar o impacto de seus comentários dolorosos ou críticas. Fazem com que a vítima questione se é sensível demais.
→ Como responder: “Esse comentário pode ter sido engraçado para você, mas machucou meus sentimentos”. “Eu não achei que fosse uma piada, peço que não fale mais assim comigo”. - “Você me obrigou a fazer isso”
Quando algo não sai como planejado, os manipuladores buscam evitar assumir a responsabilidade, colocando a culpa e as críticas no outro.
→ Como responder: “Na verdade, eu não posso te obrigar a fazer nada. Seu comportamento é um reflexo de suas escolhas, não das minhas”. - “Se você me amasse, me deixaria fazer o que eu quero”
Quando a vítima tenta estabelecer limites com o manipulador, é possível que ele tente fazê-la se sentir culpada, dizendo que ela não se preocupa com eles.
→ Como responder: “Meus limites refletem meus valores e como escolho viver minha vida. Não me sinto confortável em fazer isso. Respeite meus limites”.
De O Globo.
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