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Semana de 4 dias de trabalho: líderes e colaboradores avaliam o assunto

Recente pesquisa realizada pelo CRA-SP mostra que o percentual de profissionais a favor do novo modelo de trabalho varia conforme a hierarquia e o modelo de trabalho em que atuam

Após ser avaliado e aprovado em vários países, como Reino Unido, Irlanda, Austrália e Nova Zelândia, o projeto-piloto da jornada de trabalho semanal de quatro dias chega ao Brasil. Entre setembro deste ano e abril de 2024, a organização 4 Day Week Global em parceria com a empresa brasileira Reconnect Happiness at Work, vão analisar a possibilidade de reduzir a jornada de trabalho para quatro dias úteis nas organizações que se interessaram em participar do experimento, com base no modelo 100-80-100: em que o colaborador recebe 100% de pagamento, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade.

Diante dos bons resultados que o projeto obteve em várias organizações pelo mundo, e do potencial que o novo formato de trabalho tem de se ser bem aceito no Brasil, o Conselho Regional de Administração de São Paulo – CRA-SP se dispôs a conhecer a opinião dos profissionais da área da Administração em relação à semana com um dia a menos de trabalho.

Segundo a recente pesquisa da entidade, realizada entre 26 de junho e 3 de julho, com 484 profissionais registrados no Conselho (438 administradores, 36 tecnólogos na área da gestão e 10 técnicos), a maioria dos entrevistados é a favor da implementação da jornada reduzida de trabalho, no entanto, o percentual de aprovação varia conforme o nível hierárquico e a modalidade de trabalho em que atuam. 

Os dados avaliados no levantamento mostram que o percentual de profissionais que aprovam semana de quatro dias úteis aumenta na medida em que a atividade pode ser desenvolvida a distância. Nesse quesito, a pesquisa avaliou 460 respostas, desconsiderando quem respondeu que estava desempregado. Entre os 56 respondentes que trabalham 100% home office, 85,7% são a favor do modelo; dos 170 profissionais que atuam no modelo híbrido, 80%; e dos 234 que trabalham no formato 100% presencial, 73,9%.

Ao comparar a opinião de empresários e colaboradores quanto ao novo modelo de trabalho, o percentual varia significativamente conforme a hierarquia. A pesquisa do CRA-SP revela que 114 respondentes possuem o próprio negócio e, entre eles, 57,9% são a favor. Em contrapartida, dos 107 profissionais que atuam em um cargo operacional (assistente, técnico, analista, etc), a aprovação alcançou o maior nível, 92,5%.

O estudo avaliou, ainda, a posição de quem atua em cargos de liderança (coordenador, gerente, supervisor, etc) e entre os 190 respondentes, 81,6% também se manifestaram favoráveis ao novo formato de trabalho.

Desafios na adesão do modelo de trabalho

Questionados quanto aos desafios que as organizações podem encontrar ao optarem pela implementação da semana de quatro dias úteis, os profissionais apresentaram os seguintes pontos: identificação sobre quais setores da economia estariam aptos ao regime; cultura organizacional; responsabilidade e comprometimento dos profissionais com a produtividade; mudança de mindset dos empresários brasileiros e falta de confiança dos líderes, entre outros.

Apesar das possíveis dificuldades apontadas pelos entrevistados, o índice de profissionais que considera possível manter 100% da sua produtividade atual trabalhando um dia a menos na semana chega a 65,4%. No entanto, na opinião de 252 (52,1%) respondentes, apenas algumas organizações e alguns profissionais estão preparados para adotar esse modelo.