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Pesquisa: novos consorciados de veículos leves crescem 24,8%, em cinco anos

Participantes aderem à cota de R$ 60 mil, com taxa de administração de 0,202% ao mês e prazo de 82 meses. Após a contemplação, consorciados preferem adquirir veículo seminovo a um zero km.

No momento em que o mercado automotivo vivenciou o Programa de Descontos, criado e prorrogado pelo governo federal para incentivar a compra de carro novo, a assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios realizou pesquisa junto às suas associadas que revelou as características do comportamento crescente das adesões aos consórcios de veículos leves nos últimos anos.

Enquanto nos cinco primeiros meses de 2019, o acumulado de vendas de novas cotas de automóveis, camionetas e utilitários, foi de 515,00 mil, no mesmo período deste ano, a soma alcançou 642,72 mil, apontando avanço de 24,8%.

Apesar da forte retração de 19,6% em 2020, em função da pandemia, com 414,27 mil adesões acumuladas, o ano seguinte registrou aumento de 40,5% e total de 581,89 mil. Em 2022 aumentou mais 1,9% com 592,90 mil somadas, e em 2023 chegou a 642,72 mil, nos cinco primeiros meses do ano.

“As oscilações observadas de 2019 para cá, especialmente na pandemia, fizeram com que o consumidor avaliasse com mais atenção a gestão de suas finanças pessoais”, explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. “A queda das atividades profissionais em virtude da pandemia, fez com que ele, com mais tempo disponível, aprofundasse seus conhecimentos sobre educação financeira. Com mais reflexão, o consumidor passou a planejar onde investir eventuais disponibilidades financeiras, de modo a permitir a aquisição de bens ou contratar serviços, por prazos mais longos e com custos menores, admissíveis dentro de seu orçamento”.

De forma consciente e tendo o consórcio como ferramenta de planejamento, o consumidor passou a avaliar as alternativas para trocar seu veículo usado por um zero ou para um seminovo com menos tempo de uso. O objetivo do brasileiro poderia ser concretizado com planejamento ao utilizar o Sistema de Consórcios como meio simples e econômico.

Na recente pesquisa, os resultados mostraram, que, quando da liberação do crédito, a preferência de 41,3% dos consorciados contemplados foi pela compra de  veículo seminovo, enquanto 37,2% optaram por um novo, “evidenciando comportamento prudente na atualização do veículo da família ou mesmo para utilização em atividade profissional”, detalha Rossi. Os demais 21,5% optaram por outros veículos automotores ou até pelo recebimento do valor em espécie, de acordo com as regras editadas pelo Banco Central, autarquia responsável pela normatização do Sistema de Consórcios.

Com predominância de 75,6% de pessoas físicas e 24,4% de pessoas jurídicas, o levantamento traz informações que mostram a economia proporcionada pelos consórcios. Os dados obtidos sinalizaram para maior procura por automóvel com tíquete médio de R$ 60 mil, Taxa média de administração de 0,202% ao mês e prazo médio de 82 meses de duração do contrato.

Entre as pessoas físicas, predominou a faixa etária de 31 a 45 anos com 40,8%. Na faixa compreendida entre 18 e 30 anos, a pesquisa apontou 29,7%, e na acima de 45 anos, 29,5%.

Entre os índices de correção fixados em contrato e mais comumente utilizados pelos consórcios de veículos, que proporcionam principalmente a manutenção do poder de compra dos consorciados quando das contemplações, estiveram empatados com 35,3% o INPC e a tabela do fabricante; seguidos pelo IPCA, com 17,7%; e IGPM, com 11,7%.

Paralelamente, a amostragem anotou que quase a totalidade dos consorciados contemplados em grupos de veículos leves, 97,1%, adquiriram veículos nacionais, enquanto os demais 2,9% optaram pelos importados.

Com a evolução tecnológica implantada e disponibilizada pela indústria automotiva, notou-se ainda que 33,3% das vendas de novas cotas nos últimos doze meses mostraram o desejo pelos veículos elétricos.

INTERIORIZAÇÃO INFLUÊNCIA CONSÓRCIOS

Com a interiorização populacional, consequência inicial da pandemia e posterior relativa à expansão da agricultura, da pecuária e da indústria extrativista, houve deslocamentos de parte da população para as cidades interioranas dos estados, quer seja por motivos de moradia ou mudança de atividades, conforme demonstrado pelo último Censo em 2022, divulgado pelo IBGE.

Desta forma, considerando os dados divulgados recentemente pelo Banco Central, a origem das entradas de novos participantes nos grupos de consórcios de veículos leves manteve a região Sudeste à frente, seguida pelas do Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte.

Também no acumulado de contemplações regionais, ocasião em que os consorciados puderam potencialmente utilizar seus créditos, houve alteração, de janeiro a maio deste ano. O levantamento, também de acordo com informação recente do Banco Central, apontou a liderança da região Sudeste. Na sequência, vieram Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte.

NO PIB E NOS NEGÓCIOS

Depois de viver turbulências, em razão das consequências provocadas pela pandemia nos diversos elos da cadeia produtiva, como a falta de componentes eletrônicos, inviabilizando para muitas montadoras a produção de veículos, o segmento automotivo, que participava com 25,0% do PIB Produto Interno Bruto em 2021, teve reduzida sua presença em 3 pontos percentuais no do ano passado, ficando com 22,0%, segundo especialistas do setor.

Simultaneamente, o Sistema de Consórcios, que teve seus ativos administrados representando 3,9% do PIB em 2021, cresceu 0,8 ponto percentual em 2022 ao fechar em 4,7%, seguindo trajetória inversa da do segmento automobilístico.

Os negócios gerados pelas novas cotas comercializadas, de janeiro a maio deste ano, somaram R$ 115,52 bilhões, 20,2% acima dos R$ 96,13 bilhões anteriores. A consistência dos consórcios na economia brasileira pode ainda ser comprovada pelos totais de créditos concedidos e potencialmente inseridos em mercados como o de veículos leves. Igualmente no mesmo período, acumularam R$ 33,29 bilhões, em 2023, com 18,1% mais que os R$ 28,19 bilhões passados.

Em unidades comercializadas, a potencialidade atingiu 51,3% de presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. Portanto, pouco mais que um veículo a cada dois vendidos no mercado interno. Por se tratar de autofinanciamento de origem genuinamente brasileira, o consórcio é uma ferramenta de auxílio para os que planejam, por exemplo, adquirir automóvel.