A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), por meio da Maternidade Balbina Mestrinho, realizou uma programação voltada para a conscientização sobre o transtorno do espectro autista (TEA), condição de saúde que afeta a capacidade de relacionamento com pessoas e o ambiente. Com a palestra do neuropsicólogo, Jorge Trajano, a atividade possibilitou abrir um diálogo com as mães e o público geral sobre a identificação e acolhimento de crianças com autismo.
Trajano destacou a importância da conscientização sobre o autismo, e que crianças que nascem com alguma desconformidade, com alguma dificuldade, seja de comunicação, seja de qualquer outro sintoma, precisam de cuidados especiais para terem a melhor qualidade de vida possível no dia a dia delas.
A palestra também abordou a questão do estigma associado ao autismo. O neuropsicólogo ressaltou que é preciso conversar com as mães de crianças com possíveis sinais de autismo com muita sensibilidade, pois elas estão vivendo um luto pelo filho perfeito que não se concretizou. É importante ajudá-las a aceitar a condição do filho e buscar ajuda de profissionais para enfrentar as dificuldades.
“O autismo foi visto como uma situação de que é alguém com ‘deformidade’, com alguém que é grave. Contudo, nós temos pessoas que têm autismo e a gente nem percebe que levam uma vida tranquila e boa sem nenhuma ‘anormalidade’ como poderia se dizer. Então, o autismo é para ser conscientizado, saber que nós podemos sim conviver com uma pessoa com autismo, ele pode e deve ser enfrentado com normalidade e tranquilidade”, explicou o profissional.
A palestra foi uma oportunidade para a conscientização e o esclarecimento sobre o autismo, como explicou a gestante Rebeca Dantas, de 19 anos, que participou da programação junto com a sua mãe.
“Acho que é importante estar informada sobre esse assunto, já que pode ser muito útil para mim no futuro, tanto para lidar com possíveis situações envolvendo o autismo, como para ajudar a promover a inclusão e a aceitação das pessoas com autismo em nossa sociedade. Aprendi muito aqui e pretendo continuar me informando e divulgando esse conhecimento para as pessoas ao meu redor”, disse Rebeca.
Durante a programação, o neuropsicólogo trouxe esclarecimentos e respondeu dúvidas sobre as diversas vivências do autismo. Ele ainda abriu espaço para que todos os participantes compartilhassem suas experiências. Trajano destacou, principalmente, que é possível conviver harmoniosamente com pessoas que têm autismo, independentemente do nível de gravidade.
Transtorno do Espectro Autista
O Ministério da Saúde explica que de acordo com o quadro clínico, o TEA pode ser classificado em autismo clássico, autismo de alto desempenho e distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE). O tratamento do autismo no Sistema Único de Saúde (SUS) envolve uma abordagem multiprofissional, com atendimento preferencialmente nas Unidades Básicas de Saúde.
No entanto, os cuidados em saúde podem ser realizados nos ambulatórios especializados e Centros Especializados de Reabilitação (CERs), dependendo das necessidades individuais. O tratamento inclui avaliação multiprofissional, reabilitação intelectual, orientações para uso de Tecnologia Assistiva e estabelecimento de um Projeto Terapêutico Singular (PTS) por uma equipe interdisciplinar.
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