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Empresas familiares geram mais retorno que não familiares

Pesquisa aponta ainda que empresas lideradas pelas primeiras e segundas gerações têm melhor desempenho; advogado especialista em governança corporativa aponta importância de ter regras claras de convivência entre sócios que também são parentes

Reportagem da revista Exame publicada em maio deste ano mostrou que as empresas familiares geraram 300 pontos a mais de retorno que as não familiares, nos últimos 15 anos. Os dados são retirados da pesquisa Family 1000 feita pelo Credit Suisse.

A pesquisa tem alcance mundial e inclui 1.000 empresas listadas na bolsa de valores e que estão localizadas nas Américas, Europa e Ásia-Pacífico. O único lugar onde o retorno das empresas familiares foi menor do que dos outros tipos de empresa foi o Japão.

A reportagem trouxe também informações do estudo que indicam que os maiores ganhos das empresas familiares estão nas primeiras gerações. As empresas gerenciadas por primeiras e segundas gerações obtiveram o dobro de retorno daquelas que são governadas por quartas e quintas gerações.

Pablo Nunes Nain é fundador do escritório Nain Advogados e aponta a importância do cuidado com a governança corporativa diante de dados como esses. “No Brasil e em vários outros países, a maioria das empresas é formada por familiares e sucedidas por seus herdeiros. Tal fator constantemente afeta a tomada de decisão empresarial e a convivência entre os sócios em decorrência de emoções e demais sentimentos familiares”, lembra o profissional.

A diferença de desempenho entre gerações de líderes de empresas familiares é em parte explicada, segundo os dados destacados pela reportagem, por questões como a preocupação com a sucessão. A pesquisa citada aponta, ainda, que empresas menores têm maior potencial de crescimento, devido à “trajetória empreendedora” dos fundadores.

“A importância da governança corporativa fica muito clara nesses casos”, aponta Nain. “O desempenho da empresa pode ser melhor administrado se há regras claras de convivência dos familiares como sócios da empresa familiar, bem como atenção aos aspectos societários aplicáveis ao caso específico da família”.

O especialista explica também que as regras pré-estabelecidas servem não só para reger a atual geração da família como também já definem a sucessão empresarial aos herdeiros, os requisitos para tanto, preferências para ingresso e retirada de sócios, contratação de administrador profissional e partes relacionadas, além de outros aspectos ligados ao direito societário.

Outro dado do estudo do Credit Suisse destacado foi a diferença de gastos entre as empresas familiares e não familiares de mesmo porte. Empresas de tamanho médio que são gerenciadas por famílias gastam 3,5% de sua receita, enquanto as não familiares gastam 6,6%.

“Ainda assim, vale destacar que a construção de regras de convivência dos sócios aliadas com uma governança corporativa estruturada ao caso específico de uma empresa familiar serão essenciais para preservar a continuidade da empresa familiar e sua lucratividade para seus sucessores, familiares e terceiros que vierem a integrar a empresa”, alerta Nain. 

Em resumo, o protagonismo das empresas familiares cria potencial de crescimento ao mesmo tempo que exige atenção jurídica especializada, conclui o advogado. “A governança corporativa presente em grandes companhias brasileiras e estrangeiras no geral é essencial para evitar eventuais conflitos de interesse”, diz. “Isso também se aplica, de forma particular, à administração que é formada por membros familiares que também possuem a qualidade de sócios”, finaliza.

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