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Pesquisa aponta a importância da higiene bucal em idosos

A escovação adequada pode prevenir indiretamente o declínio cognitivo; cirurgiã-dentista explica

Conforme o envelhecimento, cuidar da saúde torna-se uma prioridade, mas muitos esquecem que a higiene bucal assume um papel crucial não apenas para os dentes e a gengiva, mas para as condições cognitivas em adultos com mais de 70 anos. É o que revelou uma pesquisa publicada no The Journal of Advanced Nursing (JAN) com 371 participantes, realizada em uma instituição para idosos.

O estudo, que ocorreu de junho de 2020 a novembro de 2021, analisou o impacto da escovação na função cognitiva de adultos com idades médias de 76 e 79 anos. Por meio de um mini exame do estado mental (MEEM) levando em consideração a idade e a escolaridade.

E o resultado é que a doença periodontal, caracterizada pela periodontite (uma condição mais grave, que pode levar à perda de dentes) e a gengivite (sangramento, sensibilidade e inchaço), está associada ao comprometimento cognitivo. “De acordo com o estudo, a perda múltipla de dentes e o atraso nas consultas odontológicas também foram fatores ligados à falta de memória, uma vez que não houve acompanhamento para prevenir e/ou tratar as queixas”, explica Patrícia Almeida, cirurgiã-dentista, especialista em reabilitação oral e estética e integrante da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD). 

Aqueles que adotaram uma higiene bucal adequada e tiveram o apoio de familiares ou profissionais de saúde, inclusive com assistência para realizar a escovação e a limpeza, obtiveram pontuações mais positivas. 

“Deixar de lado a escova, a pasta e o fio dental pode levar à colonização de bactérias nos restos de alimentos. Eles começam todo um processo para deteriorar a saúde bucal. Com o passar do tempo, podem progredir para doenças periodontais que, por sua vez, podem culminar na perda de dentes”, argumenta a especialista. 

Mudar os hábitos e agendar consultas periódicas com o dentista vai tratar essas condições e ainda pode ajudar a proteger o cérebro. “E na terceira idade, quando muitos apresentam problemas de mobilidade e/ou habilidades limitadas, é imprescindível contar com a ajuda de familiares e/ou cuidadores para auxiliar na higiene bucal, incluindo a limpeza da língua, de próteses e de dentaduras”, orienta Patrícia Almeida.

Como conclui a pesquisa, cuidar dos dentes vai além da estética, desempenhando um papel importante na manutenção da saúde cognitiva.