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Reforço em campanhas marca 50 anos de programa de vacinação

O Programa Nacional de Imunização faz 50 anos em outubro em busca de retorno a eficiência que marcou sua trajetória. Acabar com a hesitação vacinal, e reintroduzir a cultura de vacinação é um dos objetivos das atuais campanhas de imunização.

Em meio a esforços para voltar a alcançar patamares altos de cobertura vacinal, o dia 17 de outubro de 2023 marcou os 50 anos da criação do Plano Nacional de Imunização (PNI). Criado na década de 70 com o objetivo de sistematizar e coordenar as campanhas de vacinação no país, de forma contínua, o PNI sofreu com cortes e revezes nos últimos anos, e viu as taxas de vacinação infantil despencarem de 97% em 2015, para 75% em 2020.

O PNI brasileiro é um dos maiores programas de vacinação do mundo, e seu crescimento durante estes 50 anos de existência, controlou doenças como a poliomielite, sarampo e, mais recentemente, covid-19, entre muitas outras. A diferença na expectativa de vida e mortes por doenças infecciosas, com o avanço da vacinação é enorme. 

A Crônicos do Dia a Dia (CDD) vem participando de campanhas em prol da vacinação, como um projeto transversal importante para a saúde pública como um todo, a gerente de comunicação da CDD Giulia Gamba, lembra a importância da vacinação em massa para pessoas que vivem com condições crônicas de doença, “Nosso trabalho de comunicar a respeito de doenças crônicas e a vacinação abrange a todas elas. Devido a sua importância, não apenas para o indivíduo, mas para a saúde pública. Não é incomum que pessoas com doenças crônicas precisem também contar com a proteção coletiva que a vacinação em massa oferece”.

Um dos maiores exemplos da eficiência do programa de vacinação em massa no Brasil, é a erradicação da poliomielite. Até a década de 1980, o Brasil registrava até 3600 casos de pólio anualmente, o último caso da doença no país foi em 1989. Cerca de 120 em cada mil crianças morriam até os 4 anos de idade no início dos anos 70, em dez anos do PNI, a taxa de mortalidade infantil já havia caído mais de 50%, e em 2019 foram 14/mil. 

Infelizmente, nos últimos anos, diversos fatores contribuíram para a queda da vacinação no Brasil, entre eles a pandemia que atrapalhou o calendário vacinal infantil. No entanto, decisões orçamentárias com seguidos cortes na divulgação e propaganda para a vacinação, e também o severo ataque de desinformação a respeito de vacinas que a população foi alvo, aumentou a hesitação vacinal. Outro ponto importante é a queda na percepção de risco, quanto mais distantes ficam as lembranças de epidemias, menor o incentivo às pessoas buscarem a vacinação para si e para seus filhos. 

Atualmente existem múltiplas ações voltadas a fortalecer a adesão às campanhas de imunização. O Ministério da Saúde, a Fiocruz e a Sociedade Brasileira de Imunizações têm trabalhado em conjunto no Projeto Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais (PRCV), que tem como objetivo elevar a vacinação no país até 2025, analisando as causas específicas das quedas localmente, além da sensibilização da população ao tema. 

A Crônicos do Dia a Dia (CDD) está participando de ações de incentivo à vacinação com a campanha Imunização Salva Vidas, promovendo debates sobre acesso a vacinação no Brasil, e importância da vacinação para a saúde pública. Para o médico sanitarista Mário Moreira, consultor da CDD, “Pacientes crônicos desenvolvem determinadas vulnerabilidades em relação à toxicidade das medicações, ao desenvolvimento da doença. A vacinação é ainda mais importante para estas pessoas, pois evita a interação entre estas vulnerabilidades e uma infecção potencialmente agressiva”. 

No entanto, não é apenas a vacinação infantil que caiu nos últimos anos, muitas campanhas com foco na população adulta também têm ficado aquém das expectativas. A vacinação da população idosa, por exemplo, também tem tido dificuldade em cumprir as metas. Enquanto 30 milhões de pessoas acima dos 60 anos receberam a primeira dose da imunização para covid-19, apenas 12 milhões receberam o reforço da vacina bivalente para o vírus. 

A aprovação de novos imunizantes para uso no Brasil têm fomentado pressão para sua inclusão no calendário vacinal do SUS. É o caso das vacinas contra herpes zóster, dengue, e vacinas contra alguns tipos de meningite, como a Meningocócica B. A nova vacina da dengue é indicada a toda a população entre os 4 e 60 anos, e pode ser tomada tanto por pessoas que já tiveram dengue ou não. Já a vacina contra a herpes zóster é indicada principalmente para adultos acima dos 50 anos. Ambas podem ser encontradas na rede privada. Existem também diversos imunizantes contra as diferentes formas de meningite disponíveis somente na rede privada, a meningocócica b é recomendada para adultos e crianças entre os 2 meses e os 59 anos.

Sobre a CDD

A associação Crônicos do Dia a Dia – www.cdd.org.br – é uma organização sem fins lucrativos. Desde 2018, tem como missão apoiar todo o potencial humano para ampliar as perspectivas das pessoas que convivem com condições crônicas de doença. A partir dos pilares de trabalho de responsabilidade social, qualidade de vida, políticas públicas, pesquisa e informação, desenvolve projetos e campanhas para fortalecer o diagnóstico precoce, conscientizar sobre sintomas, políticas públicas, tratamentos e vivências com os diagnósticos, para impactar na qualidade de vida das pessoas que convivem com as condições, seus amigos e familiares.