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Manaus

Fumaça de queimadas que cobre o céu de Manaus é prejudicial à saúde, alerta médico

Por conta das queimadas urbanas e em municípios da região metropolitana, Manaus tem amanhecido encoberta por fumaça. Nesta semana, o fenômeno perdurou por toda a última quarta-feira (21). Conforme valores do Índice de Qualidade do Ar (AQI), a qualidade do ar é considerada ‘insalubre’.

De acordo com o Programa de Educação em Qualidade do Ar, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), os manauaras respiraram níveis altíssimos de material particulado fino (MP2.5), potencialmente nocivo à saúde.

O médico e pneumologista David Luniere afirma que ser exposto a excessos de poluentes, independentemente de possuir predisposição a doenças respiratórias, compromete a saúde respiratória de modo significativo, igualmente.

“Se um paciente, seja ele portador de doença respiratória ou não, expõe-se aos poluentes das queimadas, o material, quando inalado, irrita a mucosa, levando o paciente a apresentar quadros de bronquite aguda, espirros incontroláveis, fôlego curto, quadros de sangramento nasal, sensação de falta de ar e tosse”, argumenta.

Alerta
O especialista também indica os sinais de alerta que devem ser observados pelos indivíduos para procurarem assistência médica. “Se o paciente apresentar fôlego curto, que é aquela sensação em que se tenta encher o peito de ar e não completa, associado à tosse seca e persistente, ele deve buscar atendimento médico, seja a nível de Unidade Básica de Saúde ou pronto-socorro”, disse.

Para aqueles que desejam reduzir os efeitos adversos da exposição à fumaça, o médico recomenda determinadas medidas preventivas, como fixar umidificadores de ar (ou panelas e baldes com água) em ambientes residenciais e de trabalho, bem como práticas de lavagem nasal e nebulização com soro fisiológico.

No que se refere ao grupo de pessoas portadoras de doenças respiratórias que ingerem medicamentos regularmente, o pneumologista relembra a importância de prosseguir com os cuidados.

A fumaça irá embora?
O professor universitário e membro do Painel Científico do Clima da Organização das Nações Unidas (IPCC), Paulo Artaxo, disse ser impossível prever, com mínimo de confiabilidade, quando a fumaça poderá ser erradicada.

“Observando as imagens de satélite, percebemos que a fumaça sobre Manaus é proveniente de queimadas advindas de desmatamento de regiões do entorno de Manaus. Portanto, é difícil saber quando elá irá terminar, porque depende da duração dessas queimadas, se vão ter novas, se isso será extinto, se isso pode ficar queimando por dias, e assim por diante”, assinala.

No que diz respeito à possibilidade de o fenômeno ser proveniente, restritamente, de queimadas urbanas, o pesquisador enfatiza que, conforme às informações disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nota-se que, devido à escala de difusão da fumaça, as áreas de queimadas são extensas e associadas ao desmatamento.

Desde o mês de julho deste ano, dados divulgados pelo Inpe mostram que o índice de focos ativos de queimadas no estado aumentou consideravelmente.

Em meados de setembro, o Governo do Amazonas decretou estado de emergência ambiental em razão das queimadas. Assinado pelo governador Wilson Lima, o decreto engloba a região metropolitana de Manaus e municípios no sul do estado.

Pneumologista explica como o fenômeno afeta as vias respiratórias e os sinais que indicam a busca por atendimento médico

Com informações do Portal Toda Hora

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