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Novos modelos de trabalho promovem produtividade e bem-estar corporativo

O ambiente corporativo está passando por mudanças como home office, short friday e flexibilidade de horário. A nova tendência é a semana de trabalho de quatro dias, buscando bem-estar dos colaboradores. A 4 Day Week e a Reconnect Happiness at Work estão abrindo inscrições para um projeto-piloto no Brasil. Redução de estresse e equilíbrio entre vida profissional e pessoal são objetivos. Implementar essas mudanças requer abordagem estruturada.

Nos últimos anos, o ambiente corporativo vem passando por uma série de transformações em busca de maior eficiência e satisfação dos colaboradores, trazendo novas abordagens, como o trabalho remoto (home office), a short friday (sexta-feira com expediente menor) e a flexibilidade de horário. Agora, a nova tendência que está sendo estudada é a semana de trabalho reduzida para quatro dias, que tem ganhado destaque em empresas ao redor de todo o mundo, incluindo Reino Unido, EUA, Espanha, Austrália e outros países.

A iniciativa da 4 Day Week, em parceria com a Reconnect Happiness at Work, está com inscrições abertas até o fim deste mês para empresas que queiram participar do projeto-piloto aqui no Brasil. Os interessados devem preencher o formulário disponível no site para se inscreverem. A semana “curta” de trabalho tem sido debatida como uma alternativa para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de vida dos colaboradores.Essa nova abordagem busca criar um ambiente corporativo mais humanizado, onde o bem-estar dos colaboradores seja uma prioridade. O formato proposto no projeto-piloto é 100-80-100: 100% do salário, 80% da carga horária e 100% de produtividade. Nível de estresse, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, resultados financeiros e turnover (rotatividade de profissionais) são alguns dos indicadores avaliados ao final do experimento. 

A adoção dessas novas formas de trabalho tem sido impulsionada por diversos fatores, incluindo avanços tecnológicos, mudanças nas expectativas dos profissionais e uma crescente conscientização sobre a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Os resultados positivos observados em diferentes projetos de redução de carga horária de trabalho têm incentivado organizações em todo o mundo a experimentar novos modelos.

O conceito de trabalhar menos dias por semana está alinhado à gestão comportamental e à área de Recursos Humanos (RH) das empresas, que têm se dedicado cada vez mais a promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo. A pesquisa 4 Day Week realizada em outros países apontou que funcionários felizes e satisfeitos tendem a ser mais motivados e engajados, resultando em um aumento da produtividade e, consequentemente, em melhores resultados para as empresas. 

A Etalent, empresa com quase quatro décadas de existência, especializada neste assunto, diz que o caminho da ecologia humana (estudo entre humanos e natureza) trata de acreditar que as pessoas estão integradas aos ecossistemas, assim como, um impacta o outro. Logo, um ambiente de trabalho saudável impacta positivamente a vida do colaborador, e vice-versa. Para Jorge Matos, CEO da Etalent, um ambiente corporativo saudável, e tendo cargos alinhados ao comportamento humano de cada profissional, tenderá a ser mais assertivo e um sucesso. “Cada vez mais passamos tempo no trabalho, e tendo um ambiente saudável, e com pessoas felizes executando suas funções, elas terão menos propensão a ficarem doentes, seja mental ou fisicamente, pois não estarão sofrendo para trabalhar. Pessoas felizes são mais produtivas”, comenta Matos.

Segundo pesquisa realizada pela Universidade de Warwick, a felicidade dos profissionais aumenta em até 12% a produtividade, além de diminuir as chances de ficar doente e faltar ao trabalho. E em matéria publicada na “Mundo RH”, um estudo realizado pela Mercer Marsh e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que a cada R$1 investido em programas de qualidade de vida, as empresas economizam R$4 na redução do absenteísmo e do presenteísmo. 

As novas gerações, como a Geração Z, por exemplo, prezam por autonomia, flexibilidade de horário, bem como serem seus próprios chefes, aumentando o nível de empreendedorismo no mercado profissional e obrigando o mundo corporativo a se adaptar às mudanças. Os mais jovens, além de terem um comportamento imediatista, têm dificuldade em lidar com a rigidez da gestão tradicional, que inclui  hierarquia verticalizada, horários fixos e rotinas maçantes. 

Neste sentido, o trabalho remoto, a short friday e o horário flexível têm se mostrado eficazes na redução do estresse e no aumento da motivação dos colaboradores, bem como na atração de profissionais mais jovens. O recrutamento fora do convencional, oferecer bons salários, autonomia e possibilidade de crescimento são algumas das estratégias que podem atraí-los. 

É importante ressaltar que a implementação dessas novas formas de trabalho exige uma abordagem estruturada, coerente com as necessidades de cada empresa, com metas claras, comunicação eficiente e ferramentas tecnológicas adequadas para garantir o bom desempenho das equipes, mesmo em ambientes virtuais.