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[Entrevista] “O ecossistema global da Samsung nos traz bastante reconhecimento”, diz Fernando Arruda, Diretor de Planejamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung Brasil

Há 13 anos na área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Samsung, Fernando Arruda já contribuiu para importantes avanços dentro da empresa, entre eles a criação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung. Um entusiasta da área de inovação, formado em engenharia, o profissional participou de uma entrevista exclusiva para a Samsung Newsroom Brasil, compartilhando suas percepções sobre o momento atual do mercado brasileiro de tecnologia e a importância da área de P&D para o setor, além de apresentar as principais iniciativas da Samsung nesse contexto. Continue a leitura abaixo para a entrevista na íntegra!

Newsroom: Fale um pouco sobre sua carreira. Como chegou à sua área de atuação?

Fernando: Eu sou engenheiro eletrônico e, desde que me formei, sempre me dediquei à área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). São muitos anos atuando na área dentro do mercado brasileiro e tive experiências em diversas empresas. Trabalhei em instituições científicas e tecnológicas, empresas públicas e privadas, nacionais e internacionais. Por isso, acredito que minha carreira tem sido bem diversificada dentro da área de P&D.

Após vários anos como profissional da área, atuei na fundação de um instituto de P&D, na qual fui diretor técnico e presidente. Em seguida, fui para uma empresa bem menor, que tinha apenas 12 funcionários, e ainda passei por um segundo instituto antes de vir para a Samsung. Nessa minha jornada como engenheiro, acho que fiz tudo o que poderia dentro da área de desenvolvimento de produtos. Uma curiosidade é que quase sempre minha atuação foi na área de telecomunicações, em setores como sistemas e infraestrutura de rede, hardwares, softwares, projetos, e testes de engenharia. Agora, na Samsung, cuido de uma parte mais voltada à Lei de Informática.

Newsroom: Fale um pouco sobre sua rotina de trabalho. Como é o dia a dia na Samsung?

Fernando: Eu trabalho com projetos relacionados à Lei de Informática. Trata-se, basicamente, de um benefício fiscal que a empresa recebe, tendo que executar atividades de Pesquisa e Desenvolvimento em contrapartida. Atualmente, o principal produto é o smartphone, mas também trabalhamos no desenvolvimento de funcionalidades para notebooks, TVs, tablets e wearables. Algumas dessas funcionalidades são aplicadas em produtos globais. São algoritmos muito usados também na parte da saúde e bem-estar, aplicados nos smartwaches, por exemplo. Nós também trabalhamos nas funcionalidades aplicadas a todos os produtos móveis para a América Latina.

Mais especificamente, meu papel demanda atuação em três frentes: na gestão da contrapartida, ou seja, do investimento da empresa em P&D dentro da Lei de Informática, em que cuidamos da gestão eficiente desses recursos. Também cuido da parte de relações institucionais relativa aos assuntos de P&D, que inclui reuniões com associações e órgãos do governo, como o Ministério da Ciência e Tecnologia e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA). Por fim, sou responsável também pela gestão da propriedade intelectual, relacionada às patentes e publicações técnicas.

Newsroom: Qual é a importância da área de P&D para a empresa e no mercado de tecnologia como um todo?

Fernando: Existe um lado muito positivo para o país, que é a proposta da Lei de Informática, que dá benefícios para as empresas que produzem aqui no Brasil. Ela faz com que as empresas globais venham para o nosso país e instalem suas fábricas aqui, trazendo suas tecnologias de manufatura e gerando empregos para a população local. Já na parte de P&D propriamente dita, essa responsabilidade de realizar atividades com foco em Pesquisa e Desenvolvimento, por si só, traz um desenvolvimento tecnológico bem importante. Citando a Samsung como exemplo, no que diz respeito à mão de obra qualificada, nós temos hoje um ecossistema robusto que formamos no Brasil para atuar na área de P&D. São pessoas que estão em instituições científicas e tecnológicas, universidades, e também dentro da própria empresa. Dessa forma, gera-se uma rede de profissionais de alta qualificação, que inclui muitos mestres, doutores e representantes de universidades com os quais trabalhamos em conjunto com foco em pesquisas que trazem importantes resultados.

Para nós, isso é muito importante porque nos coloca no mapa de desenvolvimento global da Samsung. Por exemplo, aqui no Brasil é desenvolvido software para todos os modelos de wearables, tablets e smartphones comercializados na América Latina. Existem ainda os benefícios no contexto social. Temos em Manaus a Academia Stem, um projeto de P&D com foco em capacitação, realizado em parceria com as universidades locais, incluindo a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Instituto Federal (IFAM). A iniciativa é voltada para a promoção do ensino com base na abordagem STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), visando potencializar a formação e capacitação dos participantes nessas áreas. Com esse projeto, buscamos atrair alunos do ensino médio para cursos de engenharia, computação e áreas correlatas para, futuramente, entrarem com alta qualificação no mercado de trabalho.

Outro programa de capacitação tecnológica é o Samsung Ocean, feito em parceria com as Universidades de São Paulo (USP) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A iniciativa oferece aulas e cursos remotos e presenciais de forma totalmente gratuita, com cronogramas mensais que abordam os temas de maior relevância para o mercado tecnológico, como Inteligência Artificial, Inovação, Programação, entre outros. É uma iniciativa muito importante para quem deseja aprofundar conhecimentos nas mais diversas áreas da indústria, bem como para quem deseja empreender no mercado de tecnologia, além do potencial de alcançar pessoas de todo o Brasil.

E ambientalmente falando, temos um grupo de pesquisadores voltados para o tratamento do reuso da água. No geral, são projetos que impactam positivamente as áreas nas quais a empresa está inserida, e acabam também contribuindo para a sua imagem frente ao mercado e aos consumidores.

Newsroom: Atualmente, quais são as principais ações de P&D da Samsung no Brasil?

Fernando: Especialmente em Manaus temos a produção de softwares para todos os modelos de smartphones que são distribuídos para a América Latina. Além disso, temos em Campinas, interior de São Paulo, e também em Manaus, nossos laboratórios de coleta de dados voltados para as áreas de saúde e bem-estar, onde trabalhamos no desenvolvimento e aperfeiçoamento de algoritmos desenvolvidos para os smartwatches. E no laboratório de Campinas, também coletamos insumos para a nossa Inteligência Artificial embarcada nos relógios para diversas funcionalidades relacionadas à saúde e bem-estar. E além desse trabalho de altíssimo nível e conteúdo tecnológico, nós também temos atividades em parceria com algumas universidades no país.

Hoje em dia, esse trabalho nos traz bastante reconhecimento na área da saúde e bem-estar, sendo uma linha de trabalho bem relevante para a empresa. Atuamos também em segurança da informação, automação industrial para a otimização das linhas de produção, aplicações específicas e capacitação, que tem ganhado bastante força nos últimos tempos. Um exemplo disso são as iniciativas em parceria com as universidades.

Newsroom: Há 13 anos na Samsung, qual você considera ter sido o momento mais marcante da sua jornada na empresa até agora?

Fernando: Quando entrei na Samsung não havia uma área de P&D como é hoje. Então, participar da formação disso foi muito gratificante para mim. Foi um processo. A gente começou fazendo P&D com institutos e, na sequência, começamos esse processo de criação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung. Ele foi criado inicialmente como uma área interna de P&D, o que já foi uma realização para mim e tive o prazer de ajudar a estruturar. Dois anos depois ele foi inserido no contexto de Centros de P&D globais da Samsung. Nós passamos por uma auditoria da matriz e, com isso, deixamos de ser apenas uma área de desenvolvimento na fábrica, e passamos a ser reconhecidos como Centro de Pesquisa e Desenvolvimento no Brasil. Pouco tempo depois criamos uma área de P&D também em Manaus.

Newsroom: Hoje em dia, quais são as oportunidades da área de P&D na sua opinião?

Fernando: Acredito que é o fato de termos a possibilidade de criar um ecossistema de P&D com diferentes parceiros, entre eles universidades e institutos. Essa concentração de esforços de competências é algo muito rico e alavanca o desenvolvimento da tecnologia. Nós temos essa massa crítica de pessoas altamente qualificadas e essa convergência de capacitação é bastante nossa, é uma coisa única e pouco comum em outros Centros de P&D. Então é uma interessante oportunidade termos esse recurso para investir em P&D dessa forma, com uma gama de parceiros e fazendo essa junção de conhecimentos.

Newsroom: Qual é a parte mais prazerosa e a mais desafiadora do seu trabalho? Por quê?

Fernando: É difícil dizer, pois eu gosto do que faço. Acho que cada parte do meu trabalho me dá um prazer diferente e tem seus desafios próprios. Quando falo da parte da gestão de recursos dentro da Lei de Informática, é uma coisa que gosto muito de fazer. O desafio nisso é a parte que envolve um percentual do orçamento da empresa porque isso muda a cada mês.

A parte de relações institucionais de P&D é algo que eu também gosto muito de fazer. É quando podemos ter contato externo com o governo e com outras empresas. Então, do meu ponto de vista pessoal, essa diversidade de relacionamentos que a gente vai cultivando é bastante interessante. Eu acabo me relacionando com pessoas de outras empresas, trocando informações e ideias dentro das nossas limitações de confidencialidade, claro, mas existe essa interação e ela é muito positiva. É claro que, no geral, tudo traz seus respectivos desafios, principalmente no que diz respeito a mudanças de legislação, decretos, portarias, relacionamento com o congresso e tudo mais. Mas no geral, é algo que me dá muito prazer!

Newsroom: Quais características da Samsung mais te atraem como profissional e como consumidor?

Fernando: Eu, naturalmente, sou consumidor Samsung. A gente acaba sendo fiel à marca porque sabemos da qualidade que ela entrega e do conteúdo de inovação tecnológica que temos aqui dentro. Além disso, participamos ativamente em alguns processos de criação dos produtos, então sou um fiel consumidor da marca.

Como funcionário, é ótimo trabalhar em uma empresa com diversidade de produtos de tecnologia e de áreas de negócios. A Samsung tem algo único, tecnologicamente falando, que é essa integração entre TVs, tablets, smartphones, notebooks e demais produtos do ecossistema. Essa convergência é muito interessante. E há ainda um potencial enorme de gerar conhecimento e informação, graças à essa magnitude que a empresa tem. Tanto por ser global, quanto pela diversidade de produtos e negócios que ela oferece. É algo fascinante! Eu já trabalhei em empresas menores e elas têm seu charme, mas o que mais me atrai na Samsung é esse gigantismo. É muito gratificante para uma pessoa da área técnica de P&D.

Newsroom: Quem é Fernando Arruda fora da Samsung? Quais são os seus hobbies, gostos e preferências?

Fernando: Sou casado e tenho 2 filhas já adultas, ambas advogadas. Gosto de reunir minha esposa e minhas filhas em casa para fazemos algo juntos. Essa reunião de família é algo de que gosto muito. Também sou um corredor amador! Para mim, correr é saúde, mas também um prazer. É claro que me relaxa, então percorro de 5 a 8km. É algo que tento fazer todos os dias. Eventualmente tenho algumas lesões, e é quando preciso pegar leve, mas gosto muito. Aém disso, sempre fui e ainda sou muito ligado à música. Devido a isso, estudei violão clássico e violino. Também sou muito ligado ao aprendizado de idiomas. Ainda não consegui aprender coreano, mas já estudei japonês, francês, inglês, italiano, alemão e espanhol. Sou também muito interessado em história. Minha estante está cheia de livros de história, pois tenho esse interesse de modo geral. Compro muita literatura ligada à história.

Por fim, gosto muito de viajar e faço isso sempre que tenho oportunidade. Já estive em uns 40 países e 250 cidades pelo mundo. Sempre quero ir a um lugar diferente e acho que cada lugar tem seu charme. Passei um tempo no Japão, e foi quando fiquei fascinado pela escrita e comecei a estudar japonês. Esse estudo acabou se estendendo por 25 anos, pois não parei quando voltei de lá. A Índia também é um lugar que tem coisas muito místicas e maravilhosas. Eu sempre busco conhecer lugares históricos, até por isso a Europa me atrai bastante. A maioria das minhas viagens acaba sendo para a Europa, com interesses mais históricos, para visitar igrejas, museus e castelos. De modo geral, sou mais urbano. Viajo para cidades mais do que para lugares cheios de vegetação e natureza. Eu também gosto, mas tenho esse lado mais urbano.

A Samsung Newsroom Entrevista é uma seção de entrevistas com líderes, executivos e executivas que atuam dentro da Samsung, com o objetivo de apresentá-los e aproximá-los dos consumidores, além de dar espaço para que opinem sobre assuntos relacionados ao mercado tecnológico, carreira e até mesmo suas vidas pessoais. Clique aqui e acesse todas as entrevistas já publicadas.

Sobre a Samsung Electronics Co. Ltd.

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