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Delegação brasileira vai à Colômbia para estudar urbanismo

Grupo de especialistas irá visitar projetos na cidade de Medellín, que passou de cidade mais violenta do mundo para ser exemplo de inclusão social

De um centro manipulado pelo narcotráfico para uma cidade modelo de urbanismo. Essa é a realidade da cidade de Medellín, na Colômbia, que foi reconhecida como um exemplo de sucesso na aplicação do urbanismo social para combater a violência urbana e melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos. O trabalho que começou em 1990 e foi feito com intensidade até o início dos anos 2000 culminou com o prêmio de “cidade mais inovadora do mundo”, no concurso City of the year, organizado pelo Wall Street Journal em parceria com o Citigroup. 

Diante desse cenário, um curso intitulado “Urbanismo Social: Como tomamos o pulso de nossas cidades?” será realizado na cidade, reunindo especialistas e delegações de diversos países interessados em aprender com as experiências exitosas de Medellín.

Uma delegação brasileira composta por profissionais de diversas áreas estará presente, incluindo Janaína Lima, vereadora de São Paulo e advogada com experiência no setor público, que é a coordenadora da delegação. Além do curso, que acontece entre 10 e 14 de julho, a delegação brasileira permanecerá na Colômbia até o dia 18 onde irá visitar inúmeros locais onde foram implantadas ações eficazes de urbanismo social.

“Medellín é um verdadeiro exemplo de superação e transformação através do urbanismo social. Estou entusiasmada em fazer parte dessa delegação brasileira e aprender com as experiências bem-sucedidas da cidade. Tenho certeza de que essas lições serão valiosas para o Brasil e para o desenvolvimento de políticas públicas mais inclusivas e eficazes”, destaca Lima.

Nos anos 1990, a cidade de Medellín foi considerada a cidade mais violenta do mundo por conta da dominação do narcotráfico e elevada taxa de homicídios que chegou em 1991 a 381 homicídios a cada 100 mil habitantes. Outra consequência foi a formação de comunidades praticamente sem estrutura urbana alguma. Após o combate ao narcotráfico e a diminuição dos índices de violência (hoje a taxa de homicídios por 100 mil habitantes não passa de 20), no início dos anos 2000 iniciou-se na cidade a implementação de inúmeras ações de urbanismo social.

Um dos exemplos mais notáveis do sucesso do urbanismo social em Medellín é o projeto “Comuna 13”, localizado em uma das áreas anteriormente mais afetadas pela violência na cidade. Com uma abordagem integrada e participativa, o projeto transformou essa comunidade em um símbolo de esperança e superação.

Antes da intervenção, a Comuna 13 era conhecida por altos índices de violência e falta de infraestrutura adequada. No entanto, através do urbanismo social, a região passou por uma transformação impressionante.

Ruas estreitas foram substituídas por escadas rolantes e elevadores, tornando o acesso mais fácil e seguro para os moradores; espaços públicos foram revitalizados, criando áreas de convivência, parques e bibliotecas. “O projeto Comuna 13 é um exemplo inspirador de como o urbanismo social pode transformar comunidades inteiras. Através da criação de espaços seguros, acessíveis e culturalmente ricos, foi possível promover a inclusão social e reduzir a violência. Pretendemos trazer essa experiência para o Brasil e adaptá-la às nossas realidades locais com a ajuda e união entre poder público e iniciativa privada”, afirma a coordenadora da delegação brasileira.