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Manaus

Cheia altera sistema de distribuição de energia no interior e no Estado

Plano de Contingência da concessionária garante a manutenção do serviço em período de alagação que, em 2023, já afeta 15 municípios

No verão, os cabos de energia elétrica encontram-se em áreas secas. Na cheia, os mesmos postes ficam parcialmente submersos. Com o aumento do volume de água, que aproxima o curso dos rios do sistema de distribuição de energia no interior do estado, o cuidado é redobrado e a Amazonas Energia já deu início aos Planos de Contingência para resguardar a segurança da população amazonense.

O Plano de Contingência da Amazonas Energia consiste no monitoramento dos 62 municípios do Amazonas. A concessionária acompanha diariamente o comportamento da cheia, de forma que possa agir rapidamente, desligando e retirando transformadores, assim como medidores de energia.

Em muitos locais, também é necessário trocar os postes por outros mais altos. A altura padrão de um poste instalado em travessias para áreas ribeirinhas e rurais é de 18 metros. Dependendo do aumento do volume de água, a concessionária precisa colocar unidades com 23 e até 33 metros de altura do solo. Este monitoramento abrange a quantidade aproximada de mais de 30 mil quilômetros de extensão da rede de distribuição, o que equivale a 100 mil campos de futebol.

Ano passado, quando a cidade de Anamã (a 165 quilômetros de Manaus) ficou 100% sob as águas, a concessionária rapidamente retirou equipamentos para proteger os moradores de choques elétricos e de acidentes fatais, resguardando o fornecimento de energia seguro para toda a cidade. Quando a água baixou, a Amazonas Energia recompôs o sistema de distribuição integralmente para que a população, de mais de 14 mil habitantes, não fosse ainda mais afetada negativamente.

Navegação prejudicada

No dia 31 de março deste ano, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou que os níveis dos rios Negro, Solimões e Amazonas devem superar as cotas de inundação, principalmente em maio e junho, meses de maior represamento. O aumento do volume de água deixa os fios perto dos habitantes que moram nas margens dos barrancos, assim como de milhares de passageiros que navegam, diariamente, pela região.

O diretor Institucional e Técnico do Interior da Amazonas Energia, Radyr Gomes, ressalta que, na maioria das cidades amazonenses, o principal e, às vezes, único meio de transporte é o fluvial. Assim, as moradias costumam se concentrar às margens dos rios e igarapés. “O foco da empresa é manter o fornecimento de energia elétrica a todos. Assim, nesse trabalho, nós fazemos o possível e impossível para manter o transporte e o fornecimento de energia, seja sinalizando as áreas perigosas, seja elevando as redes para manter as passagens de embarcações.”

Segundo o diretor, durante o período chuvoso, as águas fazem as ruas desaparecerem e as fiações podem acabar tornando-se uma ameaça à vida caso entrem em contato com a água e sejam manuseadas de forma incorreta. “Para auxiliar esses moradores de áreas ribeirinhas, a Amazonas energia elaborou um vídeo didático sobre o tema”, informou Gomes.

A empresa também está alerta quanto a possíveis acidentes envolvendo embarcações e a rede elétrica. Em janeiro deste ano, durante uma forte chuva que impediu a visibilidade de um comandante, um barco colidiu com um barranco e três tripulantes ficaram feridos. “O impacto de uma embarcação nos barrancos, ou diretamente nos postes parcialmente submersos, pode ocasionar a queda de fios na água. O eletrochoque costuma ser fatal”, pontuou o diretor.

Sinalização náutica

Em 2022, a Amazonas Energia instalou sinalizações para orientação do tráfego de embarcações em oito municípios do interior, dando mais segurança àqueles que dependem deste acesso, principalmente no período noturno.

“O comportamento da cheia dos rios no Amazonas é diferente a cada ano. Todos os dias, surgem novos desafios que devemos transpor. Nossas equipes buscam diversas formas para se adaptar às adversidades que surgem” afirma o diretor Institucional e técnico do Interior, Radyr Gomes.

“Ao nos depararmos com um volume de água muito alto em Careiro da Várzea, por exemplo, nossas equipes confeccionaram várias bandeirolas para sinalizar a área de tráfego seguro imediatamente”, completou Gomes.

Terras caídas

A estiagem também traz preocupação à concessionária. Na seca, é comum ocorrer o fenômeno conhecido como “terras caídas”, que vem a ser o deslizamento de barrancos nas margens de rios. Nestes casos, as equipes da Amazonas Energia, que atuam em todos os municípios amazonenses, acompanham o esvaziamento dos rios e realocam a rede de distribuição para novas áreas.

O aumento do desmatamento, retirada da cobertura vegetal nas proximidades dos barrancos, pode intensificar as “terras caídas”, trazendo risco de desabastecimento de energia em diversas áreas do estado. “Se ocorrer qualquer tipo de desligamento, a concessionária recomenda que as pessoas acionem os serviços de restauração por meio do telefone 0800-7001-3001. É importante ressaltar que somente as equipes da Amazonas Energia estão capacitadas para operar estes postes e redes com segurança”, informa Gomes.

Orientações para o período chuvoso

  • Nunca trafegue com embarcações em locais próximos às redes elétricas. À noite, este cuidado deve ser redobrado. Recomenda-se o uso de uma boa iluminação para evitar acidentes.
  • Em caso de alagamento, retire todos os equipamentos das tomadas e mantenha distância dos medidores de energia elétrica. A água é um forte condutor, portanto jamais ligue aparelhos eletrônicos em tomadas cujas paredes estejam úmidas.
  • Caso identifique o rompimento de fiação, avise imediatamente à concessionária de energia e mantenha distância do local. Jamais tente manipular a fiação ou equipamentos por conta própria.
  • Durante a cheia, se o medidor de energia não puder ser acessado ou se for retirado, não se preocupe. A Amazonas Energia possui um procedimento para leitura durante esses períodos e as lojas da concessionária contam com atendentes preparados para tirar quaisquer dúvidas sobre o assunto.