Ex-coordenador de Assuntos Institucionais da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, o coronel Jorge Henrique da Silva Pinto diz ter alertado ao menos sete vezes seus superiores sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Durante o depoimento que presta, na manhã desta quinta-feira, na CPI dos Atos Antidemocráticos, o oficial afirmou ter criado grupos de trocas de mensagens no celular com autoridades do Distrito Federal e passado a enviar informações sobre uma suposta intenção de “tomada de poder” por um grupo de cerca de 300 pessoas.
— Não houve apagão na atividade de inteligência. Posso garantir que todos os dados produzidos chegaram aos profissionais decisores. A inteligência não decide, apenas produz informações. Não podemos nos frustrar porque geramos conhecimento, difundimos conhecimento, mas não tomamos decisões. Posso garantir que a Inteligência atuou, mas não posso dizer qual órgão falhou. A princípio, houve uma falha, mas isso precisa ser verificado com todos os envolvidos — explicou Silva Pinto.
Ao ser questionado pelo deputado Chico Vigilante (PT), presidente da CPI, o coronel respondeu que, entre as autoridades nos grupos de WhatsApp criado para compartilhar os dados da Subsecretaria de Inteligência, estava o delegado federal Anderson Torres, então secretário de Segurança Pública do DF. Na ocasião, ele estava passando férias nos Estados Unidos e, ao desembarcar, foi preso por suposta omissão nos atos.
A previsão, nesta quinta, é de que os parlamentares também votem alguns requerimentos, como o pedido para ouvir o major da PM Cláudio Mendes dos Santos. Ele foi preso na 9ª fase da operação Lesa Pátria, suspeito de ensinar tática de guerrilha a acampados em frente a Quartel-General do Exército, em Brasília.
Na pauta, também estão a votação de pedidos de cópia de documentos do Exército, do Ministério da Justiça, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Ministério do Turismo. Os parlamentares querem ainda aprovar um pedido para solicitar a lista de presos nos ataques terroristas à Secretaria de Administração Penitenciária do DF.
De O Globo.
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