O governador do Amazonas, Wilson Lima, destacou, nesta quinta-feira (16/03), a importância do acordo de convivência que contribui na organização da atividade pesqueira e a geração de emprego e renda ao participar da abertura da Pesca do Mapará, no Lago do Rei, município de Careiro da Várzea (a 25 quilômetros de Manaus).
O evento marca o início da temporada de pesca no estado, com o fim do período do defeso, iniciado em 15 de novembro de 2022, e tem a preocupação de não causar prejuízos ambientais ao Lago do Rei. O local é um complexo formado por 68 lagos de várzea, uma das áreas de maior potencial do Amazonas.
“Isso lembra muito as minhas raízes, de onde eu vim, do interior, e esse trabalho é importante porque gera emprego, gera renda. Agora, tem um detalhe com relação a essa atividade que é realizada aqui, que é uma atividade organizada, resultado desse entendimento entre a secretaria do município e a secretaria de pesca do Estado para que esse lago seja preservado, que seja respeitado o período do defeso e as pessoas que entram aqui para participar dessa atividade são pessoas devidamente cadastradas”, afirmou o governador Wilson Lima.
Além do governador, participou da ação o secretário de Estado de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, e o prefeito da cidade de Careiro da Várzea, Pedro Guedes, além de servidores da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Secretário-executivo, em exercício, de Pesca e Aquicultura da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Márcio Pinheiro, Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas e outros que auxiliam na segurança e orientação para garantir uma pescaria segura.
Em torno de 950 pescadores cadastrados inicialmente são divididos em 450 canoas com duas ou três pessoas. Essa é a quantidade considerando os cadastros realizados até esta quinta-feira, o que significa que o número pode ser ainda maior nos próximos dias de pesca. A expectativa é que cerca de 250 toneladas de peixe sejam extraídas pelos pescadores até o dia 18 de março, com faturamento estimado em mais de R$ 1,6 milhão. Em 2022, a produção foi de 222 toneladas de pescado, levando os pescadores a faturarem mais de R$ 1,3 milhão.
O pescador João Rodrigues, 58, participa da pesca do mapará há 30 anos. Segundo ele, a expectativa é pescar pelo menos uma tonelada até o próximo sábado, o que deve garantir seu sustento e cobrir as despesas do investimento feito.
João teve um auxiliar ilustre, o governador Wilson Lima. “Foi bom demais (receber o governador). Eu não esperava. Ouvi falar que ele vinha, mas não sabia que ele vinha para dentro da minha canoa de alumínio”, relatou.
No período do defeso, os pescadores participaram de reuniões de instrução com engenheiros de pesca da Sepror. Nos encontros, foram repassadas orientações sobre os equipamentos a serem utilizados e a forma adequada de pescar. O defeso é a época em que pescadores registrados recebem o seguro defeso, pagamento para não realizarem a pesca das espécies protegidas, com o intuito de assegurar o sucesso do período reprodutivo das espécies. Somente embarcações certificadas pela prefeitura do Careiro da Várzea participam da pesca.
Regras da pesca
No último dia 7 de março, houve a validação das regras da pesca e da rodada de negócios do mapará. Essa é a principal espécie de peixe capturado no Lago do Rei. Todos os anos, centenas de pescadores realizam a pesca desta espécie no complexo de lagos da área de proteção ambiental Ilha do Careiro Lago do Rei, unidade de conservação gerenciada pelo município.
A validação das regras do regimento interno e a rodada de negócios do mapará é realizada há anos, antes da liberação da pesca, processo fundamental para a profissionalização dessa pescaria. No evento de validação foram repassadas orientações sobre os equipamentos a serem utilizados e a forma adequada de pescar, sem gerar prejuízos ao meio ambiente e o credenciamento de embarcações e de pescadores que irão participar da pesca do mapará em 2023.
Atuação da ADS
Os pescadores comercializam direto com seis frigoríficos autorizados, que adquirem o pescado para processar em forma de filé. O pescado não possui espinha e é exportado para outros estados e países, como a Colômbia. O preço médio pago por quilo é de R$ 4,00, no mínimo. Esse valor pode aumentar, conforme as negociações no ato da venda. No ano passado, por exemplo, foi vendido a R$ 6,00 o quilo. Após o beneficiamento, o produto é ainda mais valorizado.
Por meio do programa Balcão de Agronegócios, a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) auxilia os frigoríficos que adquirirem o pescado a comercializarem o produto, facilitando o escoamento e, consequentemente, valorizando o trabalho dos pescadores. A Agência disponibilizou técnicos para realizarem a intermediação da venda entre os frigoríficos compradores e as redes de supermercados e atacadistas, que costumam adquirir o mapará na forma de filé, por exemplo, após passar pelo processo de beneficiamento.
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