O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) foi de 0,76% em fevereiro de 2022. Com isso, o resultado ficou 0,21 ponto percentual acima do resultado de janeiro, quando o indicador foi de 0,55%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas um recuou.
O índice é divulgado mensalmente e leva em conta os seguintes grupos de gastos: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. A exceção na alta foi vestuário, que recuou 0,05%, após uma alta de 0,42% em janeiro.
O economista Newton Ferreira enumera os produtos e serviços que empurraram o índice para cima: “Dos nove grupos pesquisados, oito tiveram alta, puxados por educação, que foi 0,36 pontos percentuais, em seguida habitação com 0,10 ponto percentual, e alimentação e bebidas com 0,08 ponto percentual. Só esses três representaram 0,44 ponto percentual de 0,76, ou seja, 58% dessa variação”, pontua.
“Isso pode estar sinalizando que, quando for divulgado o IPCA de fevereiro, vai mostrar a pressão sobre o índice. Isso mostra que a política da taxa de juros do Banco Central não está fazendo efeito sob a inflação”, complementa o especialista.
Essa inflação, inclusive, é sentida pelos comerciantes que atuam nestas áreas mais afetadas pelos aumentos, que acabam tendo que trabalhar com margens de lucro menores, como é o caso do empresário Paulo Henrique Gomes, proprietário de um restaurante em Brasília. “O aumento do preço de bebidas e alimentos vem refletindo bastante nos gastos que a gente está tendo aqui atualmente, ainda mais com o período de chuva. Muitas verduras aumentaram o preço, e é algo que está diminuindo realmente a nossa margem, contando que, se a gente repassar esse aumento no produto que a gente vende, nos alimentos, os clientes não ficam felizes. Então, a gente sofre bastante com esse aumento de preço, cada vez mais a cada mês”, relata.
Já o consumidor final sente a junção de todos esses aumentos no mês e nem sempre a conta fecha. A professora Samita Barbosa tem uma filha e compartilha a experiência de comprar o material escolar neste ano. “A gente percebe esse aumento na prática. Esse ano tive que optar por alguns itens porque o aumento final da lista dava um preço absurdo, e tive que escolher o básico, essencial, que ela ia precisar durante o ano. Na escola também, na hora de receber os materiais, a gente percebe que nem todos os estudantes compram a lista completa. Com esse aumento, juntando com outros, a gente tem que priorizar mais a alimentação, e outras coisas. O que a gente pode ir cortando, a gente foi cortando”, destaca.
O IPCA-15 é uma prévia da inflação. Os preços foram coletados no período de 13 de janeiro a 10 de fevereiro de 2023.
Fonte: Brasil 61
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