Preço da carne tem registrado aumento e tende a subir em 2025
Manaus (AM) – Para continuarem realizando o seu churrasco, os amazonenses tendem a gastar mais, para adquirir as suas carnes.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou inflação em alta de 0,34% em dezembro, abaixo dos 0,62% de novembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Amazonas (Abrasel-AM) mostra que 52% das empresas tiveram faturamento maior em outubro do que em setembro. No entanto, repassar a inflação continua sendo um desafio: 32% não reajustaram preços nos últimos 12 meses, enquanto 57% ajustaram abaixo ou dentro do índice inflacionário.
“O cenário econômico segue semelhante ao apontado nas últimas pesquisas, com boa parte das empresas sem conseguir registrar lucro e enfrentando alto índice de endividamento, principalmente nos tributos. A expectativa aumenta sobre a reforma tributária e os efeitos que ela trará para o setor da alimentação fora do lar”, destaca Rodrigo Zamperlini, presidente da Abrasel no AM.
Este também é o grande desafio de Nadia Waughan, que mantém um restaurante com a família no bairro São Raimundo, zona Oeste de Manaus. “ A gente tenta não aumentar o preço principalmente do churrasco mas houve um aumento dos fornecedores. Mas os clientes ficam chateados, então tentamos manter o preço ao longo do ano”, explicou.
Foto: Arquivo pessoal/ Nadia Waugham
Mas a alta dos preços tem uma explicação no Amazonas: A estiagem. Segundo alguns feirantes ouvidos pela reportagem, o transporte da carne ficou ainda mais caro devido a forte estiagem que atingiu o estado.
“O valor da carne tem vindo alto pra gente e a tendência é de que ano continue aumentando. À explicação vem muito da seca e para o ano porque tudo tem aumentado”, explica Francisco Assis, feirante que trabalha na Feira do bairro Alvorada, zona Centro-oeste de Manaus,
Para o engenheiro Eisenhower Brasil, o preço deveria diminuir e não aumentar, “tendo em vista que o Banco Central projeta uma inflação cada vez menor, não vejo porque aumentar. Já tem aumentando sim nos supermercados e está cada vez mais difícil comprar carne de qualidade para a família” afirma o consumidor.
Para o engenheiro Eisenhower Brasil, comprar carne de qualidade para a família tem sido cada vez mais caro. Foto: Arquivo pessoal
“ O patinho por exemplo que já foi R$ 28 o quilo agora está R$ 34. O picadinho que já foi R$ 18 agora está R$ 25 o quilos.” Disse um empresário que não quer ser identificado.
Preço no país
Os preços das carnes bovina, suína e de frango em todo o país devem continuar subindo em 2025, embora em ritmos diferentes, por conta de suas particularidades, segundo alguns economistas. Após um reajuste acumulado de 14,8% no grupo carnes de janeiro a novembro – acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,29% em igual período, especialistas apontam que a tendência de alta será impulsionada pela mudança no ciclo pecuário e pela continuidade das exportações em níveis elevados.
A virada no ciclo pecuário, que é a retenção das matrizes após um ano de recorde nos abates de fêmeas e machos, que dava sinais nos últimos meses, deve se consolidar em 2025, segundo o economista João Fernandes. “Estamos em um ciclo de diminuição do abate de fêmeas, e isso será uma dinâmica persistente ao longo de 2025, puxando para cima o preço da arroba do boi”, explica Fernandes.
