As brincadeiras de crianças e adolescentes que criavam pequenos bois-bumbás nas escolas deram origem ao Festival Folclórico do Mocambo do Arari, na zona rural de Parintins, Amazonas. Com o tempo, essas atividades ganharam força e se expandiram para as ruas, evoluindo para disputas organizadas que hoje fazem parte de um evento formal no Mocambódromo.
Promovido pela Prefeitura de Parintins, o Festival chega, em 2024, à sua 19ª edição, atraindo moradores e visitantes durante três dias de celebração.
“Quase todas as escolas da região do Amazonas, principalmente em Parintins, têm boizinhos. Esses bois foram crescendo, atraindo mais pessoas e, eventualmente, começaram a se apresentar em disputas de rua. Da escola, passaram para o público, o que motivou a organização do festival, que agora conta com o apoio da prefeitura”, explicou o secretário de Cultura de Parintins, Ray Santos.
A programação, que começa nesta sexta-feira (9), promete muita diversão e tradição, destacando a rica cultura da região norte do Brasil. A celebração inclui apresentações de quadrilhas, pássaros e bois-bumbás, além da festa dos visitantes.
Na noite de abertura, o público será envolvido pela energia das quadrilhas, com a Explosão Caipira e a Unidos do Bairro de Lourdes, seguidas pela disputa dos cordões de pássaros, incluindo o Pássaro Pavão Misterioso e o Pássaro Jaçanã. O encerramento será com a festa dos visitantes, incluindo apresentações do DJ Marcinho Lira, da Banda dos Tops, e um show do cantor e compositor Wanderley Andrade, conhecido por seu estilo brega e romântico.
O fim de semana será reservado para as apresentações dos bois-bumbás. No sábado, o Touro Branco abrirá as apresentações, e o Espalha Emoção fechará a noite. No domingo, os bois trocarão a sequência, com o Touro Branco encerrando os três dias de festa.
“É uma forma de preservar a natureza do boi e a tradição dos elementos culturais presentes na região norte, através dos pássaros e da alegria das festas juninas, que aqui se estendem para agosto”, comentou Ray Santos.
O secretário destacou que o festival movimenta a economia local, gerando mais de R$ 1 milhão em investimentos entre a Prefeitura, iniciativa privada, comércio e turismo. O evento tem evoluído ao longo dos anos, com melhorias na infraestrutura, como a substituição das arquibancadas de madeira por estruturas de alvenaria em 2014.
Além da dimensão cultural, o festival também possui um impacto significativo na economia criativa, atraindo visitantes e movimentando a economia da região, especialmente na agrovila do Caburi, uma área mais isolada dentro do município de Parintins.
Os bois Caprichoso e Garantido, principais atrações do Festival de Parintins, costumam apoiar os grupos do Mocambo, cedendo materiais. No entanto, a estrutura das alegorias no Mocambo do Arari é mais simples, utilizando produtos naturais e técnicas artesanais, como caixarias de madeira e movimentos feitos com cordas.
Paulo Victor Costa, diretor de arte do Espalha Emoção, destacou que os artistas da comunidade constroem as alegorias com materiais como madeira, palha e cipó, resultando em um espetáculo artesanal e autêntico. A comunidade participa ativamente, tanto na criação das alegorias quanto nas apresentações.
“São três noites de festejos, com as apresentações dos pássaros Jaçanã, Pavão Misterioso, e as quadrilhas. Para esses artistas, não há nada mais gratificante do que ver seu trabalho ser reconhecido na arena. Apesar do cansaço, a alegria toma conta de todos ao final de cada apresentação”, concluiu.
Da Agência Brasil
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