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Saúde

Nove em cada dez pessoas sofrerá com doenças bucais; veja como prevenir

Mais de 90% da população do planeta deve ter alguma doença bucal ao longo da vida, o equivalente a nove em cada dez pessoas.

A afirmação é da Federação Dentária Mundial (FDI em inglês), que definiu 20 de março como Dia Mundial da Saúde Bucal. A data é considerada importante para promover informações sobre cuidados com a boca que podem não só prevenir enfermidades, mas também contribuir para a melhora da autoestima.

“Sabemos que a cavidade bucal exerce papel fundamental na vida de um indivíduo, pois ela vai estar sempre relacionada com aspectos funcionais, como fala, mastigação, alimentação, respiração e até mesmo questões sociais e psicológicas, por exemplo, envolvendo a autoestima do indivíduo”, afirma a cirurgiã-dentista Luana Souza. Ela é professora do curso auxiliar de saúde bucal do Centro de Ensino Técnico (Centec), em Manaus.

O Ministério da Saúde (MS) traz algumas características do que pode ser considerada uma boca saudável em diferentes faixas etárias. As crianças precisam ter 20 dentes de leite. Já os adultos saudáveis, um total de 32 dentes e nenhuma cárie. Idosos devem ter um total de 20 dentes naturais para serem considerados saudáveis.

Embora esses números sejam o padrão desejado, a realidade ainda se mostra diferente para parte da população. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019 mostram que 34 milhões de brasileiros com mais de 18 anos perderam 13 dentes ou mais, e 14 milhões de pessoas perderam todos os dentes. Na mesma pesquisa, o IBGE apontou que menos da metade dos brasileiros consultou um dentista nos 12 meses anteriores ao levantamento.

“A cavidade bucal é uma porta de entrada para microrganismos e, por isso, a gente precisa estar sempre realizando acompanhamento profissional, fazendo a escovação, deixando a cavidade bucal sempre limpa higienizada para diminuir e eliminar doenças ou complicações futuras”, orienta a profissional do Centec.

Dicas

O primeiro passo é a correta escovação dos dentes, que deve ser feita com movimentos circulares ou verticais, da gengiva para fora do dente, sem necessidade de força nas mãos. “A escova precisa ter cerdas macias e a cabeça dela tem de ter um formato circular. A pasta de dente precisa conter uma quantidade adequada de flúor, entre 1 mil a 1,5 mil ppm [parte por milhão], para terem efeito anticárie”, explica a docente.

Outras dicas essenciais são o uso correto do fio dental antes da escovação e o uso de enxaguante bucal indicado por um profissional. “A escovação da língua também é muito importante, porque evita o mau hálito, o que contribui para a autoestima, e reduz o acúmulo de bactérias na região”, afirma ela.

Por fim, é preciso ter atenção à alimentação, já que alimentos com alta concentração de açúcar tem capacidade de influenciar na saúde da boca. É por esse motivo, explica Luana, que crianças têm indicação de ir a cada três meses ao dentista, já que estão mais expostas a comidas doces e medicações adocicadas. No caso dos adultos, a orientação é ir a um consultório odontológico a cada seis meses.

Índices

Resultados preliminares da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, ainda em andamento, indicam que há muitos brasileiros precisando ir ao dentista com urgência. Entre os idosos (65 a 74 anos) entrevistados, 44,9% necessitam de algum tipo de tratamento imediato, devido à dor ou infecção dentária de origem bucal.

Além disso, quase metade (48,4%) dos adultos entre 35 a 44 anos apresentou necessidade de realizar ao menos um procedimento odontológico. De acordo com o MS, também chamou a atenção a alta proporção de pessoas que estavam com ao menos uma cárie não tratada no momento do exame para o levantamento.

Foto: Freepik

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