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Saúde

Reconstrução mamária promove autoestima em pacientes com câncer de mama

A cirurgia oferece esperança e eleva a autoestima das mulheres afetadas, mas a falta de informação sobre seus direitos pode levar a escolhas abaixo do esperado.

Uma pesquisa realizada pelo FEMAMA, em colaboração com o Hospital Moinhos de Vento, a Johnson & Johnson Medical Devices e o Instituto Ideafix, em 2018, revelou que apenas uma parcela minoritária de mulheres estava plenamente consciente da legislação que garante o acesso à reconstrução mamária. Essa falta de conhecimento resultava muitas vezes em uma escolha abaixo do esperado, com menos mulheres optando pela reconstrução, quando não estavam informadas sobre seus direitos.

Atualmente está tramitando na Câmara dos Deputados um projeto de lei (PL 2291/2023) que estende o direito à cirurgia reparadora das mamas para mulheres que sofreram mutilação parcial ou total em qualquer mama, independentemente do motivo, tanto para pacientes do SUS quanto para aqueles com planos de saúde privados. Além disso, é garantido acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado desde o diagnóstico do problema.

A Dra. Tuanny Beloti, cirurgiã plástica do Hospital Mater Dei Premium Goiânia, explica a importância da reconstrução mamária, não apenas como um procedimento estético, mas como uma intervenção vital para a saúde mental e emocional das mulheres. “A mama é um dos grandes símbolos da feminilidade, então, a mulher que passa por uma doença mamária, seja por um tumor maligno, um câncer, ou uma doença benigna que causa deformação, tem sua autoestima profundamente afetada”. 

No entanto, a Dra. Tuanny enfatiza que a reconstrução mamária é um direito de todas as mulheres que passaram por uma cirurgia de câncer de mama. “A Agência Nacional de Saúde determina que a reconstrução de mama seja coberta pelos planos de saúde, não apenas para a mama afetada pelo câncer, mas também para garantir a simetria mamária. O Sistema Único de Saúde também oferece gratuitamente a cirurgia e, recentemente, uma lei foi aprovada, visando promover a divulgação deste direito, informando as pacientes sobre a possibilidade de realizar o procedimento”, ela esclarece. 

“No contexto do câncer de mama, o tratamento cirúrgico geralmente se divide em duas abordagens principais: a mastectomia, que envolve a remoção completa do tecido mamário, e a quadrantectomia, que consiste na remoção de parte da mama. Após esses procedimentos, a reconstrução mamária pode ser realizada tanto de forma imediata quanto tardia. Uma variedade de opções está disponível para reconstrução, incluindo o uso de expansores de pele, implantes mamários (próteses de silicone) e técnicas que envolvem a transferência de tecido próprio, como pele, gordura e músculo, de outras regiões do corpo para a mama afetada”, informa a médica que destaca também a importância de adaptar o procedimento às necessidades individuais de cada paciente.

Um aspecto relevante da reconstrução mamária é a preservação da sensibilidade, assim como da estética. A Dra. Tuanny tranquiliza as pacientes quanto a preocupações com a perda do mamilo e da aréola, destacando as opções modernas de pigmentação e tatuagem, que podem proporcionar resultados estéticos excepcionais.

O processo de recuperação pós-cirúrgica vai depender de cada paciente, mas, em geral, após 30 dias da cirurgia já se espera a retomada da rotina normal. “Cirurgias mamárias exigem precauções especiais nos primeiros dias”, explica Tuanny. “Gradualmente, a paciente pode retomar suas atividades diárias, incluindo exercícios físicos, conforme orientado pelo cirurgião”. Em última análise, a reconstrução mamária vai além da restauração física; é um processo de cura que visa reafirmar a feminilidade e a autoconfiança das mulheres afetadas.