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Biblioteca Britânica restaura catálogo após ataque hacker

Instituição foi alvo de ataque criminoso que paralisou os serviços online da biblioteca e roubou dados pessoais dos funcionários com a intenção de vendê-los. Custos de restauração podem chegar a R$ 43 milhões, segundo estimativa

A Biblioteca Britânica, situada em Londres, no Reino Unido, deu início à restauração do seu catálogo após sofrer um ataque hacker em outubro de 2023. O serviço deve ser concluído até o fim de 2024, informa o jornal The Guardian.

O ataque do ano passado deixou inacessíveis os serviços on-line da instituição, que é referência em educação e pesquisa. Com isso, estudantes, professores, pesquisadores e o público em geral ficaram impedidos de acessar livros, manuscritos, jornais, documentos históricos e arquivos. Considerando apenas o catálogo principal da biblioteca, são 36 milhões de itens.

Os responsáveis pela ação criminosa, segundo noticiado pelo The Guardian, são um grupo conhecido como Rhysida, que usou um ransomware (tipo de software malicioso) para roubar dados pessoais dos funcionários da Biblioteca Britânica e colocá-los à venda na dark web. Crimes cibernéticos em países como Portugal, Kuwait e Chile também são atribuídos ao grupo.

“A interrupção [provocada pelo ataque] ainda está afetando nosso site, sistemas e serviços online, bem como algumas atividades presenciais, mas nossos edifícios estão abertos como de costume”, explica uma nota no site oficial da biblioteca.

O jornal Financial Times reportou que o prejuízo financeiro causado pelos hackers pode chegar a 7 milhões de libras (aproximadamente R$ 43 milhões, na cotação atual). A quantia corresponde a 40% das reservas econômicas da Biblioteca Britânica. A instituição, por outro lado, declarou que “as recentes especulações da imprensa sobre o possível custo do programa de recuperação foram prematuras”, pois ainda não foi confirmado quais serão os gastos totais.

“Não há sistema completamente infalível”, avalia especialista

“O ataque hacker sofrido pela Biblioteca Britânica é um lembrete alarmante da vulnerabilidade das instituições no ambiente digital”, afirma Luiz Madeira. Ele é CEO da empresa GWCloud, especializada em tecnologia da informação (TI) e transformação digital para negócios.

Madeira explica que o trabalho de restauração é ainda mais complexo por envolver um elevado volume de informações com valor inestimável em termos de pesquisa, educação e cultura. O especialista ressalta a necessidade de pensar em medidas de proteção contra ameaças futuras.

“Serviços de cibersegurança poderiam ter desempenhado um papel crucial na mitigação ou até na prevenção desse ataque. Medidas proativas como avaliações de vulnerabilidade regulares, sistemas robustos de detecção e resposta a ameaças, treinamento de conscientização para os funcionários e protocolos de segurança rigorosos são essenciais”, analisa.

O alerta serve não apenas para instituições como a Biblioteca Britânica, mas também para empresas. “É crucial desenvolver estratégias de resiliência digital. Isso implica em ter planos de contingência robustos, backups regulares e uma comunicação eficaz com os stakeholders durante e após os incidentes de segurança”, acrescenta Madeira. 

Para usuários comuns, as recomendações incluem ter um bom antivírus e firewall, jamais clicar em links suspeitos, fazer downloads de aplicativos somente de fontes confiáveis, acessar informações sensíveis (como conta bancária e redes sociais) apenas do seu próprio equipamento, entre outras.

Madeira, no entanto, esclarece que “não há sistema completamente infalível. Embora as medidas citadas possam reduzir drasticamente o risco, as ameaças cibernéticas estão em constante evolução e sempre há desafios novos”.

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