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Maestrina rege sinfônica pela primeira vez no Recife

Será a primeira vez, em 70 anos, que a Orquestra do Recife fará concerto sob a regência de uma mulher, apresentando a Missa Armorial, composta pelo pernambucano Capiba, com coro de 58 alunos do Aria Social, projeto que transforma vidas através da música e da dança

A Orquestra Sinfônica do Recife (OSR) e o Aria Social serão protagonistas de um feito histórico nesta quarta-feira (8 de novembro) e nos dias 28 e 30 deste mês, no Teatro de Santa Isabel, quando, pela primeira vez em 73 anos, uma mulher subirá ao pódio para reger o conjunto musical. A maestrina Rosemary Oliveira, vice-presidente do Aria Social, irá conduzir 67 músicos da orquestra e 58 jovens do coro do Aria Social, apresentando “Missa Armorial”, obra pouco conhecida do compositor pernambucano Capiba, além de três árias de Bodas de Fígaro, de Mozart. A apresentação contará com solos dos cantores líricos Rodrigo Lins e Gleyce Vieira, integrantes do Aria Social.

O convite para Rosemary reger a orquestra partiu do diretor artístico e maestro titular da OSR,  Lanfranco Marcelletti Jr., que se encantou com a qualidade artística e musical da maestrina ao assistir ao musical “Capiba, pelas ruas eu vou”, que teve mais de 10 mil espectadores. No musical, foi apresentada parte da ópera “Missa Armorial”, de Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba. No concerto dos dias 7 e 8 de novembro, a obra será apresentada por completo. 

“Ter o maestro Lanfranco Marcelletti na plateia já foi uma honra, após o espetáculo, receber o convite para reger um concerto oficial da OSR é a realização de um sonho. Fui  bem recebida pela orquestra e tenho muita gratidão pela oportunidade de mostrar meu trabalho à frente do Projeto Aria Social”, diz Rosemary.

Para a presidente do Aria Social, Cecília Brennand, o concerto é um momento ímpar na trajetória do projeto que já impactou a vida de 10 mil pessoas, entre crianças, jovens e suas famílias “Estou muito feliz com esse convite da Orquestra Sinfônica do Recife. A ‘Missa Armorial’ é uma obra de Capiba, e jamais foi apresentada de uma forma tão completa, com 70 músicos e 58 coristas do Aria, preparados pela própria Rosemary e coreografado por Ana Emília Freire”, diz Cecília Brennand.

Regente, musicoterapeuta, multi-instrumentista e professora de música, Rosemary despertou o interesse pela música quando começou a estudar violão aos 13 anos. Bacharel em Música e licenciada em educação musical, ela é formada em violão clássico pelo Conservatório Pernambucano de Música, mestranda em Regência pela Universidade do Texas (EUA) e tem passagens por masterclasses na França, Áustria, Alemanha e Estados Unidos. Quando voltou dos Estados Unidos, foi convidada pela presidente do Aria Social, Cecília Brennand, a inserir e coordenar a música no Projeto Aria Social, onde atua há 19 anos. O projeto é sediado em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. Ali, foi “fisgada” pela missão de incluir as crianças e jovens na sociedade por meio da música e arte. 

Sob a batuta de Rosemary, além de “Missa Armorial”, de Capiba, a OSR executará árias de Bodas de Fígaro, de Mozart. O coral do Aria Social, com 58 integrantes, adiciona um componente visual especial ao concerto: enquanto cantam, os componentes executam movimentos de dança coreografados por Ana Emília Freire, harmonizados com a performance  vocal. O figurino é de Beth Gaudêncio.

“Como grupo, estamos muito felizes em receber a maestrina. Rosemary, que tem uma regência clara e muito segura e, desde o primeiro ensaio, tudo flui perfeitamente, com os naipes cooperando entre si. Para mim, em especial, é muito significativo pois nunca fui regida por uma mulher”, afirma a violinista Andressa D’Ávila, há 20 anos na OSR, que conta com quatro mulheres em seus 67 integrantes. Ela destaca a participação do coro do Aria Social. “Já na primeira música que ensaiamos, batemos palmas para eles. Como orquestra, estamos acostumados a tocar com coros profissionais, e eles chegaram aqui muito bem afinados e trabalhados. Muitos falaram conosco sobre a emoção de se apresentarem pela primeira vez com a Orquestra Sinfônica do Recife. Mas é uma troca, porque para nós é um prazer muito grande recebê-los. Vai ser um concerto lindo e histórico”, completa Andressa. 

O momento é especial para todos os envolvidos, como destacam Rodrigo Lins e Gleicy Vieira, os solistas do concerto. Alunos e professores  do Aria Social, eles estão na fase final do curso de Bacharelado em Música/Canto na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e participam, pela primeira vez, de um concerto da OSR. 

Rodrigo Lins, 27 anos, é aluno e professor do Aria Social e desde 2019 trabalha no projeto como orientador vocal, ensaiador e cantor solista. “Tem sido uma honra para mim fazer parte deste momento histórico, principalmente nessa posição. É um momento importante para a nossa maestrina, para o projeto Social do Aria e para a história da música no Recife”, diz o barítono. Gleicy Vieira, 34 anos, é aluna e trabalha no Aria há cerca de um ano e se apaixonou pela atuação do projeto social. “É uma grande honra e alegria, um concerto marcante para a minha carreira, tanto como professora, por ver o coro dando conta muito bem de tudo que preparamos, e também como solista, porque já participei de concertos com orquestras, mas é a primeira vez com a Sinfônica do Recife”, diz a soprano Gleicy, que também foi aluna do Conservatório Pernambucano de Música.

As apresentações da OSR são gratuitas e abertas ao público, no Teatro de Santa Isabel, sempre a partir das 20h. Os ingressos serão distribuídos no site https://conecta.recife.pe.gov.br/ e na bilheteria do Teatro, a partir desta segunda-feira (06 de novembro).

Sobre o Aria – O Aria Espaço de Dança e Arte foi criado em 1991 pela bailarina Cecília Brennand com o objetivo de abrigar e integrar todas as artes e ênfase na formação de bailarinos cantores, na introdução do universo da dança, da música e do empreendedorismo social com as mães artesãs dos alunos. O projeto transforma a vida de famílias inteiras através da arte-educação, oferecendo a formação e profissionalização na música e na dança, atendendo 520 crianças e jovens a partir de 6 anos de idade Além de apoiar as famílias desses alunos, oferecendo capacitação em técnicas de artesanato e fomentando o empreendedorismo social, por meio da Casa de Maria, fundado em 2017.