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Cresce importância do mercado externo na indústria no Brasil

Pesquisa da CNI apontou crescimento da participação do mercado externo na indústria de transformação brasileira; diretora de empresa de logística aponta importância de manter os processos atualizados

De acordo com a última edição da pesquisa Coeficientes de Abertura Comercial, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2022, cresceu a importância do mercado externo para a indústria de transformação brasileira, após ter ficado praticamente inalterada em 2019 e 2021. O coeficiente de exportação geral aumentou de 18,6% para 20,3% de 2021 para 2022.

O Coeficiente de Exportação é um indicador que mede a proporção da produção da indústria do país que é destinada ao mercado externo. Segundo a CNI, o crescimento desse coeficiente pode ser explicado de duas formas: exportação de produção excedente ou uma estratégia de internacionalização.

A participação das exportações na economia da indústria vinha em queda desde 2017, quando o coeficiente atingiu 20,5%, segundo as medições da CNI. As vendas para a União Europeia, Ásia (exceto China) e América Latina (exceto Mercosul) tiveram participação de 18,7%, 17,4% e 16,3% em 2022, respectivamente.

Rosa Amador, diretora comercial da Samsung SDS, explica que “este momento de crescimento do mercado é uma grande oportunidade para a indústria brasileira, que, através da exportação, pode alcançar novos mercados e diversificar a sua base de clientes, garantindo crescimento a longo prazo e fortalecendo a economia nacional”. Ela acrescenta que, além de oportunidade de crescimento, esses números indicam também a necessidade de planejamento e estratégia, principalmente no que diz respeito às operações logísticas dos produtos.

Desafios logísticos

Apesar da alta generalizada nas exportações e da tendência de internacionalização da indústria, alguns setores específicos apresentaram queda, segundo a CNI. Os principais setores em queda foram os de “outros equipamentos de transporte” (embarcações, aeronaves, motocicletas, entre outros), de “móveis” e de “minerais não metálicos”. 

Segundo a CNI, o comportamento do coeficiente para esses setores é volátil e uma queda na demanda pode ser parte da explicação. Rosa Amador explica que nem sempre as empresas conseguem aproveitar as tendências de crescimento das exportações, por razões que vão além da flutuação na demanda. “Os processos logísticos para exportação de produtos possuem algumas etapas burocráticas e com dificuldade de acompanhamento, e isso varia bastante de setor a setor”, esclarece.

Para ela, manter a logística de exportação da empresa atualizada é fundamental para conseguir acompanhar o comportamento do mercado externo. “A digitalização é uma ferramenta importante para o setor, porque permite otimizar e automatizar os processos logísticos, reduzindo custos e aumentando a eficiência”, diz. “Além disso, a digitalização logística é fundamental para uma maior visibilidade da cadeia logística, facilitando a tomada de decisões estratégicas e garantindo melhor controle operacional.”

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