De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas, a dificuldade no transporte fluvial afeta também os preços de alimentos e combustíveis em algumas cidades
A forte estiagem deste ano começa a impactar na produção rural dos municípios do interior do Estado. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), em algumas cidades, já há aumento dos preços de alimentos e combustíveis, pela dificuldade logística de transporte fluvial comprometida pela seca dos rios.
“A produção rural vem sentindo os impactos, principalmente pela diminuição do acesso e disponibilidade de água, que é um insumo importante tanto na agricultura como na pecuária. Além disso, há dificuldades em algumas regiões do Estado na chegada de insumos para a atividade rural”, afirmou o presidente da Faea, Muni Lourenço.
Segundo o relatório de monitoramento divulgado pela Defesa Civil nesta quinta-feira (21), 12 municípios estão em situação de emergência (Benjamin Constant, Amaturá, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Envira, Itamarati, Eirunepé, Ipixuna, Tefé, Coari, Jutaí, Uarini), que já enfrentam desabastecimento, falta de água potável e isolamento devido à estiagem. Outros 32 municípios estão em estado de atenção e 15 em alerta.
No dia 18 de agosto, a Marinha do Brasil publicou portaria que restringiu a navegação noturna em trechos considerados críticos nos rios Amazonas e Solimões, devido ao período de estiagem. A decisão cita dois pontos críticos: a Passagem do Tabocal e foz do Rio Madeira, localizada no rio Amazonas, e na foz do rio Purus, no rio Solimões.
Medidas
Para diminuir os impactos na produção rural, o Governo do Amazonas criou na terça-feira (19), um gabinete unificado para gerenciar todos os levantamentos que evidenciam o período de seca no Amazonas, voltado para o setor primário.
Fazem parte da ação representantes da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável (Idam), Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) e Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS). “Nosso objetivo é acompanhar de perto os produtores, para termos informações mais precisas, pensando naqueles produtores que têm projetos financiados junto à Afeam, que a gente possa prorrogar essas parcelas; e, também, pensando naqueles produtores que possam ter perdas na sua produção”, declarou o secretário da Sepror, Daniel Borges.
Compra de alimentos
No período de estiagem, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), a Sepror vai adquirir alimentos da agricultura familiar. Serão investidos R$ 4 milhões, metade do valor total do edital 2023/2024, lançado em agosto pelo Governo do Amazonas. O investimento servirá para a compra de mais de 800 toneladas de produtos dos principais municípios afetados pela estiagem.
A ADS vai realizar a compra e o fornecimento de alimentos por meio do Programa de Assistência Familiar (PAF). Além disso, haverá a antecipação do pagamento das subvenções de Juta e Malva, Pirarucu, Borracha e Piaçava.
O Idam vai disponibilizar equipes para levantamento de perdas e distribuição de insumos, elaboração de Crédito Emergencial e Renegociação de Dívidas, junto à Agência de Fomento do Amazonas (Afeam), além de veículos para apoio das ações de estiagem.
Com informações Toda Hora
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