Segundo Reginaldo Lopes, o novo arranjo permite que o governo avance com o que ele chama de continuidade da reforma tributária, ampliando a taxação de pessoas mais ricas
A entrada do Centrão no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estabiliza a relação do Executivo com o Legislativo. Na avaliação do vice-líder do Governo, deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), trata-se do início de um diálogo que trará mais conforto na aprovação de pautas governamentais.
“[A entrada do PP e do Republicanos] consolida o diálogo com parte das bancadas desses partidos e dá estabilidade ao governo“, disse em entrevista ao Poder360.
Reginaldo tem 50 anos e está em seu 6º mandato como deputado federal. É vice-líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados e coordenou o Grupo de Trabalho da reforma tributária no Congresso. É um dos políticos mais influentes do partido. Foi o autor da Lei de Acesso à Informação, que trouxe mais transparência para a gestão pública.
A principal raiz dos desentendimentos do governo com o Centrão no 1º semestre, segundo Lopes, é a diferença no poder que o Legislativo tem hoje em dia na comparação com os governos petistas anteriores. “Hoje o Congresso tem uma independência maior do Poder Executivo, porque o governo Bolsonaro terceirizou a gestão e o orçamento para o Parlamento“, disse Lopes.
Ainda assim, ele não disse ser algo ruim, como falou o ministro Fernando Haddad (Fazenda). Só defendeu que sejam feitos ajustes na relação.
Lopes afirmou que a tributação sobre renda e patrimônio vai possibilitar zerar o deficit no próximo ano. Questionado sobre a movimentação no Congresso Nacional para rever a meta, ele avaliou ser uma decisão ruim que poderia impactar as ancoragens de expectativa do mercado.
Eis outros destaques da entrevista de Reginaldo Lopes:
Imposto sobre o consumo – “Todos os estudos levam em conta que nossa reforma sobre consumo conseguiu dar progressividade: quem ganha mais vai pagar mais; quem ganha menos vai pagar menos“;
Cashback – “Foi um avanço constitucionalizar na reforma esse mecanismo de devolução dos impostos para os mais pobres“;
Crescimento em 2,5% – “Eu tenho convicção de que vamos terminar o governo Lula com uma média de crescimento acima de 2,5%, o que é muito bom para um país que está reconstruindo a sua imagem e estabilidade tanto interna quanto externa“;
Novo PAC – “É um acerto. Muito mais dinâmico. Corrige distorções do passado porque permite e dá condições ao setor privado de investir“.
Com informações de O Poder 360
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