O festival movimenta mais de 200 artistas amazonenses de diversos segmentos, além de incentivar geração de emprego e renda no município
A cidade de Manacapuru (distante 68 quilômetros de Manaus) respira a cultura dos povos amazônicos, representada nas esculturas alegóricas, indumentárias, música e dança. O 25º Festival de Cirandas de Manacapuru fomenta a cadeia produtiva da classe artística do município e de outras cidades do Estado. São centenas de artistas, atuantes nas cirandas anfitriãs do festival, a Flor Matizada, Guerreiros Mura e Tradicional.
O intercâmbio cultural, promovido pelo festival de cirandas, traz uma gama de personagens com histórias construídas e fortalecidas nos diversos segmentos artísticos. A exemplo do casal Carlos e Neide Lopes, artistas plásticos parintinenses que após 20 anos de atuação em projetos no Rio de Janeiro e São Paulo, retorna ao festival para coordenar a produção das alegorias da Guerreiros Mura. Na bagagem, conhecimentos de quem vive das artes há mais de 30 anos.
“A cultura é um recurso de desenvolvimento sociocultural, então a gente, que trabalha há muito tempo na área, procura estimular. Não é fácil, mas o resultado é gratificante”, afirma Neide. “Através da cultura, a gente traz a arte, a beleza, movimenta a economia, a parte social. Manacapuru está no caminho certo, os investimentos estão chegando e a tendência é crescer ainda mais”, acredita Neide, também produtora cultural.
A troca de conhecimentos entre a classe artística, capacita e forma uma nova safra de artistas manacapuruenses. Na Flor Matizada, o diretor de itens e artista de figurinos, Max William Souza, é prata da casa.
“A ciranda abriu um leque de oportunidades para fazer acessórios para Manaus, Parintins e até para outras danças folclóricas dos interiores. A área que trabalho envolve muitas pessoas para chegar ao que será mostrado na arena. São costureiras, artesãos, pintores, escultores, todos de Manacapuru”, pontua Max.
Ainda na esteira de artistas que incentivam outros artistas, Algles Ferreira, natural de Parintins, há dez anos investe em criatividade na montagem das alegorias da Ciranda Tradicional. Com ele, um grupo de 20 profissionais parintinenses trabalha no galpão, desde o mês de agosto, unindo esforços com a equipe local.
“Aqui em Manacapuru tem grandes talentos e a diretoria preserva essa interação entre os artistas. Além do intercâmbio cultural, o festival tem um grande potencial econômico, movimenta toda a cidade e isso é bom para o artista e para quem mora aqui”, disse o artista, incumbido de levar para o Cidandódromo, alegorias criativas e dinâmicas, marca registrada nos espetáculos bovinos.
O festejo que preserva a cultura regional representa, também, um ganho de renda a mais para quem não é classe artística, mas aguarda, todos os anos, a oportunidade para reforçar o orçamento. A dona de casa Adriana Picanço, além de se dizer apaixonada pela Ciranda Tradicional, colabora na montagem das alegorias. “É um dinheiro que vem para o nosso município, gera emprego, trabalho, sou mãe e ajuda a pagar contas. Todo ano, gera um emprego para gente”, comemora a moradora de Manacapuru, que se empenha, cuidadosamente, no cortar e colar de cada adereço da alegoria.
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