O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), se uniu aos governadores do Norte e Nordeste em críticas às declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre uma possível frente política de protagonismo do eixo Sul-Sudeste no Congresso Nacional, com o objetivo de se proteger de perdas econômicas em relação aos estados das regiões Norte e Nordeste. Para Lima, as palavras de Zema foram inadequadas, especialmente porque a pobreza é mais concentrada no Norte e Nordeste.
“Uma declaração dessa é bastante prejudicial, pois a pobreza se concentra no Norte e no Nordeste. As regiões Sul e Sudeste não desejam abrir mão de sua competitividade, mas é necessário alcançar um equilíbrio. É muito perigoso criar uma disputa entre as regiões e colocar a população de um lado contra a outra”, afirmou o governador do Amazonas em entrevista ao jornal Estadão.
O caso teve início quando, em uma entrevista publicada no sábado (5), Romeu Zema destacou que os governadores do Sul e Sudeste desejam um papel de destaque na política e atuarão em conjunto para evitar prejuízos econômicos para outras regiões do país. O bloco, conhecido como Cossud (Consórcio Sul-Sudeste), é liderado pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
A ideia é que os estados dessas regiões atuem em conjunto para proteger os interesses das unidades federativas no Congresso Nacional. Zema ressaltou a importância da atuação conjunta diante de outras regiões que possuem economias menores e, mesmo assim, conseguem aprovar projetos em Brasília.
O foco principal das atividades do Cossud será a reforma tributária, que está em análise no Senado. Zema expressou a preocupação de que os estados do Sudeste sempre estejam em desvantagem nesse contexto e destacou a necessidade de buscar um equilíbrio no tratamento das regiões, evitando que apenas algumas sejam consideradas ricas e obrigadas a contribuir sem receber benefícios em troca.
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